Livraria 18 de Abril

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Aquisição da consciência

   

Allan Kardec, o grande responsável pela codificação do Espiritismo, perguntou aos Sábios do espaço onde estão escritas as leis de Deus.

E eles responderam: na consciência.

Dessa forma, todos os seres humanos trazem consigo, esculpidas na própria consciência, as leis divinas.

Todavia, embora estejam escritas, nem todos conseguem ler e interpretar essas leis e praticá-las. Para isso é necessário o desenvolvimento do senso moral.

Essa conquista é fruto do esforço pessoal, do estudo, da meditação, dos pensamentos nobres.

O despertar da consciência é efeito natural do processo evolutivo, e essa conquista permitirá ao ser avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, o dever e a irresponsabilidade, a honra e a desonra, o nobre e o vulgar, o lícito e o irregular, a liberdade e a libertinagem.

Essa consciência não é de natureza intelectual, atividade dos mecanismos cerebrais. É força que os impulsiona, porque nascida nas experiências evolutivas, a exteriorizar-se em forma de ações.

Encontramo-la em pessoas incultas intelectualmente, e ausente em outras, portadoras de conhecimentos acadêmicos.

Especialistas em problemas respiratórios, por exemplo, que conhecem os danos provocados pelo tabagismo, pelo alcoolismo e por outras drogas, e que, apesar disso, usam, eles próprios, qualquer um desses flagelos, demonstram que ainda não desenvolveram a consciência plena.

Os seus dados culturais são frágeis de tal forma, que não dispõem de valor para manter uma conduta saudável.

Por outro lado, há indivíduos que não têm conhecimento intelectual mas possuem lucidez para agir diante dos desafios da existência, elegendo um comportamento não agressivo e digno, mesmo que a custa de sacrifícios.

A consciência pode ser treinada mediante o exercício dos valores morais elevados, que objetivam o bem do próximo e, por conseqüência, o próprio bem.

Caso deseje iluminar sua consciência, eis algumas breves regras que vão ajudar você a alcançar esse propósito:

Administre os seus conflitos. O conflito psicológico é inerente à natureza humana e todos o sofrem.

Evite eleger homens-modelo para seguir. Eles também são falíveis e, às vezes, se comprometem, o que, de maneira alguma deve constituir desestímulo.

Permita-se maior dose de confiança nos seus valores, esforçando-se para melhorar sempre e sem desânimo. Se errar, repita a ação, se acertar, siga adiante.

Não fuja ao enfrentamento de problemas usando desculpas falsas, comprometedoras, que o surpreenderão mais tarde com dependências infelizes.

Reaja à depressão, trabalhando sem auto-piedade nem acomodação preguiçosa.

Tenha em mente que os seus não são os piores problemas. Eles pesam o volume que você lhes dá.

Liberte-se da queixa pessimista e medite mais nas fórmulas para perseverar e produzir.

Nunca ceda espaço à hora vazia, que se preenche de tédio, mal-estar ou perturbação.

Lembre-se que você é humano e o processo de conscientização é lento. Você adquirirá segurança e lucidez através da ação contínua e firme.

Pense nisso!

A existência terrena é toda uma oportunidade para enriquecimento contínuo.

Cada instante é ensejo de nova ação propiciadora de crescimento, de conhecimento, de conquista.

Saber utilizá-la é desafio para a criatura que aspira por novas realizações.

Pense nisso, mas pense agora!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Momentos de Consciência, caps. 1 e 6, Divaldo Franco. Ed. LEAL,1992.