O prazer de ser bom
O desejo da felicidade é inerente ao homem.
A busca do bem-estar constitui um dos fatores do progresso.
Foi labutando para eliminar sensações desagradáveis que a Humanidade desenvolveu seu intelecto e habilidades.
Caso o ser humano não procurasse fugir da dor e do desconforto, ainda estaria nas cavernas.
Contudo, por mais que se procure incessantemente descobrir remédios e soluções para as dores, é impossível ignorar a fragilidade da vida material.
Tudo o que envolve a matéria encontra-se em contínuo processo de metamorfose.
Todos os homens adoecem, envelhecem e morrem.
As pessoas esforçam-se para conquistar bons empregos, mas nada lhes assegura que os manterão para sempre.
A maior parte de nossos amores, sejam familiares ou amigos, não ficará conosco até o final da vida.
A estabilidade financeira constitui objeto de preocupação de quase todos nós, mas a fortuna é transitória e incerta.
Ao longo do tempo, famílias ricas caem na miséria.
Ao mesmo tempo, muitos pobres enriquecem.
Esse contínuo alterar das condições materiais não evidencia crueldade da vida.
A Divindade não se compraz em brincar com os homens, para os desnortear.
O persistente modificar e despedaçar que envolve a vida na Terra destina-se a chamar a atenção dos homens para o que realmente importa.
Ao final de tudo, o que restará?
A beleza física fenece com o tempo.
As elevadas posições sociais gradualmente perdem sua importância ou são ocupadas por outros.
A riqueza material não é levada para o Além-túmulo.
A única bagagem que o Espírito leva para a vida imortal são as suas conquistas morais.
Quem consegue, por entre as ilusões do Mundo, desenvolver bondade, compaixão, pureza e retidão de caráter, permanece para sempre assim.
Na Terra, no plano espiritual ou nas encarnações futuras, as virtudes acompanham o Espírito.
E a verdade é que ser bom dá muito prazer.
Trata-se do inverso do que ocorre com a maldade e os vícios de toda ordem, que somente ensejam dor e sofrimento.
Jamais se viu uma alma genuinamente bondosa mudar seu rumo ou arrepender-se de sua bondade.
Contudo, inúmeras criaturas levianas ou maldosas, com freqüência, alteram o seu comportamento.
É um evidente sinal de que as virtudes causam prazer, ao passo que as imperfeições apenas infelicitam.
Afinal, ninguém desiste do que é realmente bom.
As pessoas que conseguem enfrentar situações complicadas com serenidade causam admiração.
Sabe-se como é difícil se manter tranqüilo em meio às crises do Mundo.
A harmonia e a paz são conquistas preciosas, que não surgem de um momento para o outro.
Quem hoje se mostra tranqüilo, certamente gastou muito tempo disciplinando o próprio caráter.
Entretanto, viver em harmonia é extremamente prazeroso.
O ódio, o rancor e a ira desgastam profundamente o ser humano.
Quem consegue livrar-se desses vícios torna-se muito mais feliz.
Então, o equilíbrio felicita a criatura, o mesmo ocorrendo com todas as outras virtudes.
O homem que vence a posse e ama pelo prazer de ver feliz o ser amado desenvolve imenso bem-estar.
Ele não mais se angustia tentando controlar a vida de seu amor.
Convém refletirmos sobre essa realidade, fazendo uma análise criteriosa de nosso caráter.
Como desejamos a felicidade, é importante desenvolver em nós a única causa de permanente alegria: o amor ao bem e às virtudes em geral.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.