O Homem de Nazaré
Vinte séculos já se escoaram no tempo. Ao finalizar-se o último milênio, a figura de Jesus foi muito lembrada. Ao mesmo tempo, contestada.
Ainda existem pessoas que afirmam que Ele jamais existiu. E procuram algumas anotações distorcidas da História, para justificarem a sua tese.
Contudo, quem, na História do mundo, realizou o que Ele fez, em tão pouco tempo e com tão pouco?
Ao nascer, não tinha sequer um berço e Lhe foi improvisada uma manjedoura, onde os animais buscavam o alimento.
Os primeiros momentos da Sua vida passou em um estábulo, entre o calor dos animais e o amor dos pais. O teto não Lhe pertencia.
Na infância, esteve no Egito, na qualidade de estrangeiro, submetendo-Se às leis dos homens.
Depois, de retorno a Nazaré, viveu no lar humilde de um carpinteiro, moldando com Suas mãos a madeira para a transformar em mesas, bancos, utensílios vários.
Ao iniciar o Seu messianato, entre os homens, escolheu doze trabalhadores do povo. À exceção de um deles, Mateus, todos os demais, homens rudes, acostumados à lide com redes e comércio.
Não dispunha de recursos amoedados. Pregava à beira do lago, nas praças, nos vilarejos. Utilizava-Se das oportunidades nas sinagogas e no templo.
Os exemplos, para a pregação do Reino que vinha implantar no coração dos homens, colhia das coisas simples, mas expressivas, da natureza.
Um grão de mostarda para lecionar o tamanho da fé que remove montanhas. Uma figueira que se negava a dar frutos, desatendendo a sua missão, para dizer da necessidade de se produzir sempre.
Flores do campo e aves do céu para ensinar a lição inigualável da Providência Divina, que por todos vela.
Ovelhas para falar de mansidão e da preocupação do pastor para com cada uma delas.
Pérolas para dizer da preciosidade das lições que Ele trazia do Pai para a Terra.
Sementes, campos férteis e terras áridas para Se referir ao próprio coração humano ao qual Se dirigia.
Falou de justiça numa terra cansada de injustiças sociais. Trouxe a lição da não violência, num mundo envolvido em muitas guerras.
Ensinou que o Divino Criador é Pai de todos, sem diferença de nacionalidade ou condição social.
Ninguém disse o que Ele disse e da forma que O fez.
E até hoje, ninguém teve o Seu aniversário comemorado, todos os anos, pelo mundo todo, durante mais de dois mil anos.
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Jesus é o mais notável Ser da História da Humanidade. A Sua vida e a Sua obra são as mais comentadas e discutidas dentre todas as que já passaram pela cultura e pela civilização, através dos tempos.
O Seu Testamento, o Evangelho, é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia.
Ainda hoje, a Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e de felicidade, os que aguardam por melhores dias.
O Seu convite é para o prosseguimento da autossuperação, na rota da perfeição.
Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais colhidos na Apresentação do livro Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Disponível no CD Momento Espírita Especial de Natal, v. 15, ed. Fep.