Exemplos vivos
Possivelmente você já ouviu falar, mais de uma vez, a respeito de Anne Frank.
Seu diário, escrito durante os dois anos em que permaneceu escondida dos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, em um minúsculo anexo, no sótão do prédio em que funcionava o escritório de seu pai, em Amsterdã, foi publicado e transformou-se em peças de teatro e filmes famosos.
Anne Frank viveu como um canário na gaiola e apesar de tudo o que sofreu, acreditava que as pessoas, no fundo, são realmente boas.
Com seus pais, a irmã mais velha, um dentista e a família Van Daan foi finalmente apanhada pelos nazistas e confinada em um campo de concentração, onde veio a morrer.
O que poucos sabem, possivelmente, é que seu pai, Otto Frank, após a morte da filha, recebeu cartas de jovens do mundo inteiro e tornou-se mentor, orientador de muitas vidas.
Assim foi que uma jovem americana, de nome Cara Wilson, teve reacendida sua esperança por ele.
Observando a triste figura do mundo, após o assassinato de John e Bobby Kennedy, de Martin Luther King Jr., ela acreditava que o mundo estava perdido.
Afinal, todos eles haviam sido baleados por homens perturbados. Como ela poderia gerar um filho num mundo assim?
Otto Frank lhe escreveu, em resposta: Mesmo que o fim do mundo fosse iminente, eu plantaria hoje uma árvore. A vida continua, e talvez seu filho faça o mundo avançar um passo.
Graças a essa perspectiva de esperança, ela teve coragem para se tornar mãe. Teve dois filhos.
De Atenas, uma outra jovem lhe escreveu narrando seu horripilante passado - o modo como o pai, envolvido no movimento de Resistência aos nazistas, fora morto na sua frente.
A jovem perdera o interesse por tudo, pela vida em si.
Foi então que ela assistiu à peça O diário de Anne Frank. Escreveu a Otto e ele lhe respondeu que, embora houvessem impedido Anne de ver suas metas realizadas, ela tinha diante de si toda uma vida de esperanças. A garota ateniense superou a depressão.
Um rapaz de nome John Neiman, depois de reler o livro de Anne Frank na Faculdade, escreveu a Otto e ele o orientou, dizendo que se ele quisesse honrar a memória de Anne e dos outros que morreram, cumprisse aquilo que Anne tanto desejava - fazer o bem aos outros.
John se tornou sacerdote e em Redondo Beach, Califórnia, passou a estender a mão aos sobreviventes do Holocausto.
Talvez não se consiga jamais saber quantas vidas o exemplo de Anne Frank e os conselhos de seu pai influenciaram positivamente.
Contudo, o que se guarda é a certeza de que cada ser, onde se encontre, com quem esteja, pode se tornar uma carta viva do amor a serviço do bem.
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Anne Frank tinha somente 13 anos quando sua vida se transformou radicalmente. Deixou a casa grande e ensolarada de Amsterdã para viver no único local que lhe garantiria a vida.
Durante dois anos, ela somente podia contemplar o céu azul de primavera ou as noites estreladas, de uma pequena abertura na água-furtada onde se escondia, sem jamais poder abrir uma janela.
Seu diário revela uma fé inabalável e a nobreza fora do comum de um Espírito amadurecido no sofrimento.
Anne Frank morreu em fevereiro de 1945, no Campo de Concentração de Bergen-Belsen.
Redação do Momento Espírita com base no livro O diário de Anne Frank, ed. Record e no artigo Cartas aos pais de Anne Frank, publicado na revista Seleções Reader´s Digest, de junho/1997.