A miséria humana
O homem é habitualmente apontado como o rei da Criação.
Ele sobrepuja o restante dos habitantes do planeta.
Animais muito fortes e perigosos são domados e vencidos pelo engenho humano.
Inteligente e dotado de múltiplos talentos, o homem moderno constitui o ápice de uma longa jornada evolutiva.
Uma retrospectiva histórica revela o quanto a raça humana se aprimorou no curso dos séculos.
Doenças que no passado dizimaram populações inteiras, hoje não mais assustam.
Meios relativamente modernos de comunicação, como Rádio, TV e Internet, revolucionam os costumes.
Mas os recursos da modernidade são freqüentemente mal utilizados.
Na TV, preponderam programas com conteúdo vulgar e sensacionalista.
A violência e a sexualidade desregrada são endeusadas em filmes e novelas.
São freqüentes as notícias sobre corrupção e crueldades.
A rigor, permanece angustiante o estágio moral da Humanidade.
As enfermidades e as dores são inerentes à vida material.
Todo corpo humano mais cedo ou mais tarde se desgasta e se extingue.
A ciência avança e torna menos atrozes as dores, mas não logrará converter em imortal nenhum organismo material.
É compreensível a tristeza que suscita a morte de alguém querido.
Mas isso está de acordo com as leis da natureza e em geral não causa escândalo.
O que realmente gera tristeza são as crueldades e baixezas que os seres humanos freqüentemente se permitem.
Quem poderá aquilatar a desolação de um pai ao saber que seu filho tornou-se criminoso?
Assim, embora a evolução intelectual e científica dos últimos tempos, a Humanidade continua miserável em muitos aspectos.
A genuína nobreza é bastante rara.
Bondade, generosidade e pureza são características bem pouco usuais.
A ampla maioria dos homens chafurda em vícios e paixões.
Preocupados com seus gozos e interesses, pouco se importam com os estragos que causam na vida do próximo.
Não falta quem afirme que a raça humana desmente a bondade de Deus.
Se Deus é infinitamente bondoso, tudo pode e sabe, por que fez o homem tão miserável, sob o prisma moral?
Contudo, é preciso ter em mente que a Humanidade toda não se acha representada na Terra.
Não é possível aferir o caráter de um povo a partir da população de uma penitenciária.
A análise da saúde de uma comunidade também não pode ser aquilatada a partir dos internados em um hospital.
Quem fizesse tal análise, concluiria que todos os habitantes do país são doentes ou criminosos.
O mesmo ocorre quando se toma por padrão a conduta dos habitantes da Terra em relação à totalidade da Criação.
Os Espíritos ensinam serem infinitos os mundos habitados.
A Terra é dos mundos menos evoluídos e por isso constitui morada de seres moralmente atrasados.
Ela funciona à semelhança de um hospital e de um presídio e abriga Espíritos rebeldes e viciosos.
Os seres altamente moralizados que, por vezes, aqui aportam estão em missão, à semelhança de médicos em um hospital.
Quem consegue libertar-se de vícios e paixões e se acerta com as Leis Divinas segue para mundos de paz e regeneração.
Saiba que está em suas mãos conquistar sua libertação.
Dedique-se a domar seu egoísmo e suas paixões.
Experimente a ventura de agir com honestidade, pureza e bondade e incorpore esse modo de vida em seu caráter.
A Justiça Divina é infalível e logo o conduzirá a locais compatíveis com a sua realidade íntima.
Então, você mudará de idéia a respeito da miséria humana.
Compreenderá que ela é como uma enfermidade.
Causa algumas dores, mas passa, quando corajosamente combatida.
Redação do Momento Espírita.