Livraria 18 de Abril

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A cultura e a prática

   

verdades que contêm, mesmo que os séculos se escoem.

João Evangelista teve a oportunidade de anotar o seguinte ensinamento dado pelo Mestre de Nazaré:

"Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes."

Jesus estabeleceu, nesta assertiva, que deve haver consonância entre o saber e o fazer.

Dá a entender que de nada vale a teoria sem o exercício, sem a prática.

Podemos ter vasta cultura, muitas informações, mas se tudo isso não servir para alterar o nosso comportamento, para mover as nossas ações, é bagagem morta.

Conforme o dito popular, a soberania do rei não está na coroa, mas na cabeça que a sustenta.

Assim, não nos adianta exibir os tesouros da cultura, sem fazê-los luzir na alma.

Os cristãos de todos os tempos falam de solidariedade. Têm conhecimento do que significa essa virtude, mas geralmente só a exercitam em épocas de grandes calamidades.

No dizer de Jesus, é preciso aliar o conhecimento aos atos, não de tempos em tempos, mas constantemente, no dia-a-dia.

Exercendo a solidariedade com quem convive conosco no lar, no trabalho, na via pública, enfim, em todos os momentos.

Ser solidário com os sofrimentos e dificuldades dos familiares, dos amigos, dos colegas.

Outra virtude muito conhecida e pouco vivida é a tolerância.

E a nossa falta de tolerância é mais freqüente junto aos que convivem conosco sob o mesmo teto.

Com os de fora, é comum fingirmos essa virtude, porque temos que passar uma imagem positiva.

Assim, se um estranho nos pisa no pé, damos um sorriso meio sem graça e toleramos, mas se esse alguém é da família, que se prepare para ouvir xingamentos.

Falamos de muitas virtudes, pregamos outras tantas, mas daí a colocá-las em prática, vai grande distância.

O importante é que reflitamos um pouco sobre essas palavras de Jesus, o Mestre por excelência.

E, na medida do possível, incorporemos Seus ensinos em nossos pensamentos e atos, de forma a vivê-los naturalmente e com fidelidade.

* * *

"A existência de uma teoria elevada envolve a necessidade de experiência e trabalho.

Se a ação edificante fosse desnecessária, a mais humilde tese do bem deixaria de existir por inútil.

João assinalou a lição do Mestre com sabedoria. Demonstra o versículo que somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados.

Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a prática, entre saber e fazer."

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49 do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.