Livraria 18 de Abril

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A caixa de Pandora

   

Conta a mitologia grega que, no início da Criação, o Titã Prometeu foi designado pelos deuses para organizar a matéria em confusão, dando origem à natureza e às demais formas de vida animal.

Prometeu, no entanto, pediu ao seu irmão que cuidasse de tudo.

Depois de organizar a Terra, o ar e as águas, fez o homem. E porque os homens se sentissem muito sós, com a ajuda dos demais deuses, criou a mulher.

Casou-se com a primeira linda mulher que criou, a quem chamou Pandora.

Disse à sua esposa que tudo o que existia em seu reino pertencia a ela também, e que ela poderia usufruir de tudo, mas não poderia tocar numa caixa que ele guardava num dos cantos do quarto.

Dizer a Pandora que não a tocasse, foi o suficiente para lhe despertar a curiosidade. No primeiro momento em que ela se viu só, na enorme mansão, buscou a caixa e a abriu.

Assim que levantou a tampa do baú, saíram de sua intimidade as misérias mais variadas.

Misérias físicas como a lepra, a gota, as enxaquecas, o câncer, entre outros males, que estavam fechados, escaparam e se disseminaram sobre a Humanidade inteira.

A inveja, a cólera, o orgulho, o egoísmo, misérias morais que também estavam guardadas, se espalharam por todos os cantos da Terra.

Pandora, assustada, fechou a caixa imediatamente, sem se dar conta de que no fundo estava guardada a esperança.

Os homens, assustados com tantas misérias morais e físicas que pairam sobre a Humanidade, pensam que Deus se esqueceu do gênero humano, relegando-o à própria sorte.

No entanto, ainda resta para todos nós a esperança.

Um dia, num país distante, a esperança se vestiu de homem e surgiu como um sol para reverter a situação da Humanidade sofrida.

Ficou conhecido como Jesus, o Cristo.

Mas, descuidada, boa parte dos homens somente O consegue ver como um derrotado, vencido na cruz do martírio, sem chance de ajudar.

Esquecidos de que Ele rompeu a lápide do túmulo e surgiu vivo, afirmando para quem O quisesse ouvir:

"Eu estou aqui." E em outra oportunidade afirmou: "Nunca estareis a sós."

* * *

Jesus continua vivo e velando pela Humanidade inteira a quem chamou de Seu rebanho.

Qual raio de esperança, surgiu trazendo a mensagem da Boa Nova e a espalhou por todo o planeta.

Falou-nos do Reino de Deus. Cantou as Bem-aventuranças eternas. E jamais se teve notícias de que Ele se tenha deixado contaminar pelas misérias humanas.

Jesus, portanto, é a mensagem viva de esperança. Vive e vela por nós.

São dEle estas palavras: "Vinde a mim vós que estais cansados, que Eu vos aliviarei."

Se as misérias físicas e morais estão se tornando insuportáveis, abramos a nossa Caixa de Pandora e deixemos sair dela a Grande Esperança:

Jesus!

* * *

Não há mal que dure para sempre.

O deserto de Atakama, o mais árido do Mundo, situado no Chile, ao receber as primeiras gotas de água refrescante, após quase um século sem chuvas, em pouco tempo fica recoberto de lindas flores multicoloridas.

Assim também acontece com as almas mais empedernidas. Ao se abrirem para receber os primeiros raios do Sol das Almas, Jesus, mudam a paisagem ressecada, para se tornarem campos floridos, espalhando bênçãos por onde passem.

Redação do Momento Espírita, com base na palestra A esperança, proferida por Raul Teixeira em Guaraniaçu-PR.