Nas leis do destino

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Há quem sustente que o Criador por vezes sentencia Suas criaturas a sofrimentos eternos.

Contudo, tanto quanto se pode perceber, o Pai Celestial manifesta-Se através de Leis que expressam ser Seu objetivo o bem supremo.

Essas Leis podem ser observadas mesmo nos processos rudimentares do campo físico.

O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado.

Entretanto, se alguém coloca a mão no braseiro, é natural que incorra em dolorosas consequências.

A máquina é apêndice do progresso.

Mas em mãos inábeis ela se converte em instrumento de destruição.

Negligência, imperícia ou indisciplina em seu manuseio causam resultados desastrosos.

Ocorre o mesmo nos planos da consciência.

Na matemática do universo, o destino sempre dá à criatura o que ela lhe der.

É inútil que dignatários de um ou outro princípio religioso pintem o Todo Poderoso com as tintas das paixões humanas.

Com frequência, ouvem-se interpretações que assemelham Deus a um soberano purpurado.

Segundo esses relatos, Ele Se enraivece por falta de louvores ou de vassalagem.

Também Se envaidece com adulações.

Os que assim apresentam a Divindade podem estar movidos de santos propósitos.

Talvez raciocinem sob o influxo de lendas e tradições respeitáveis do passado longínquo.

Mas se esquecem de que, mesmo perante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.

Deus é amor.

Amor que se expande do átomo aos astros.

Mas é justiça também.

Justiça essa que atribui a cada Espírito segundo o que ele próprio escolheu.

Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas necessite, a fim de retificar-se.

Sendo justiça, ignora privilégios de qualquer ordem.

Jamais afirme, portanto, que Deus bajula ou condena.

Recorde que você não pode raciocinar pelo cérebro alheio.

Também não pode comer pela boca do próximo.

O Criador engendrou as criaturas para que todas elas se engrandeçam.

Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes.

Sendo justiça, determinou que cada Espírito possuísse vontade e razão.

Assim, ninguém é vítima senão de si mesmo.

Cada qual se adianta ou se atrasa conforme prefira, no curso de incontáveis existências.

O livre-arbítrio vigora amplamente no Universo.

Apenas é necessário arcar com as consequências das próprias opções.

Sua vida, aqui ou além, será sempre o que você quiser.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. LI, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.