Livraria 18 de Abril

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Expressando amor

   

Quando os filhos crescem, quase sempre os pais se sentem inibidos para expressar o amor que sentem por eles.

É que, exatamente na medida em que crescem, os filhos começam a dizer aos pais como os incomoda seus abraços e beijos. Especialmente se dados frente aos colegas.

Vou parecer um maricas. - dizem os meninos.

Não quero pagar esse mico. - afirmam as meninas.

Foi assim que o pai de Jeff começou a tolher de seu vocabulário determinadas expressões, quando se dirigia ao filho.

Jerry amava o filho. E vivia aos sobressaltos, desde que ele quase sofrera um acidente sério.

Assim, toda vez que o filho lhe pedia as chaves do carro, fazia mil e uma recomendações.

Dirija com cuidado! - era a frase mais constante.

Certo dia, Jeff virou-se para o pai e lhe perguntou porque sempre dizia aquilo.

Afinal, o senhor não confia em mim dirigindo?

Não é isso, filho, explicou o pai. É só uma maneira de dizer eu amo você.

Ora, concluiu o filho, se é isso por que não diz logo: Amo você? Do jeito que o senhor fala comigo, posso confundir a mensagem.

Foi a vez do pai se mostrar hesitante e perguntar como ele deveria proceder se os seus colegas estivessem por perto.

Será que ele, Jeff, não ficaria talvez um tanto sem graça, perante eles?

Jeff rapidamente respondeu:

Ora, papai. É muito simples. Se houver outras pessoas por perto, bastará que o senhor coloque sua mão sobre o seu coração e eu entenderei a mensagem.

Eu farei a mesma coisa.

Naquele momento o pai entendeu que o filho desejava poder expressar o seu amor, tanto quanto ele mesmo.

Assim combinados, alguns dias depois, Jeff se preparava para sair com um amigo. E pediu o carro emprestado ao pai.

Aonde você vai? - perguntou, entregando-lhe as chaves.

Ao centro da cidade.

Divirta-se. - falou-lhe o pai e colocou discretamente a mão perto do coração.

Jeff fez a mesma coisa, com um ar de doce cumplicidade.

Claro, papai.

Jerry piscou. Então, o filho se aproximou do pai e falou baixinho ao seu ouvido:

Piscar não faz parte do nosso trato.

O pai ficou sem ação, parado.

Jeff dirigiu-se até a porta. Antes de sair, voltou-se, com um sorriso franco na face e piscou para o pai.

* * *

Não abandonemos a especial experiência de dar e receber afeto.

Expressar o sentimento que nos toca a alma é o melhor dos métodos quando se deseja aquecer o coração de alguém.

É valorizar o amor que se sente e aquele que se recebe.

São as pequenas expressões de afeto que sustentam as criaturas, em suas dificuldades maiores.

Um gesto afetuoso tem o condão de transformar a noite em luz, a ansiedade em apaziguada espera.

E quando a questão envolve pais e filhos, o amor transcende as palavras e os gestos tomam significados muito particulares.

Pensemos nisso e ante o filho de qualquer idade, não nos furtemos às manifestações afetuosas, discretas ou expansivas.

Em particular ou discretamente, em público.

Afinal, não há amizade, nem amor que se compare ao amor dos pais pelo filho.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Se você me ama, me diga! de autoria de Mitch Anthony, do livro Histórias para aquecer o coração dos pais, de autoria de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jeff Aubery e Mark Chrissy Donnelly, ed. Sextante.