Livraria 18 de Abril

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Dando a vida por amor

   

A paisagem era triste e desoladora... O luto e a dor davam notícias da devastação que a guerra propiciara...

Os gritos de horror se faziam ouvir nas almas dilaceradas daqueles que a morte não arrebatara...

Aquelas pessoas estavam ali como adornos vivos do quadro de miséria e fome que restara da Segunda Grande Guerra...

Entre os sobreviventes havia uma mãe buscando, desesperadamente, saciar a fome do filho querido.

O pequenino sugava o seio materno em vão, pois o leite já havia acabado há muito, por falta de alimentação da mãe.

As horas se escoavam e a solução não chegava...

A fome do filho amado se fazia ouvir nas profundezas da alma, no choro de agonia...

Aquela mãe sentia a vida se extinguir como uma vela que se apaga lentamente...

E porque o seu amor era maior que a própria existência, tomou de uma lâmina e cortou a veia do braço para saciar com o próprio sangue a fome do filho querido.

Na medida em que o filho sugava, com voracidade, o alimento, os braços maternos iam perdendo as forças, e em poucos dias, aquela mãe se despedia da vida física, deixando o fruto do seu amor na face da Terra.

O socorro chegou e fez com que o esforço daquela mãe não fosse em vão...

O filho cresceu e pôde, durante toda a existência, homenagear a heroína que dera a vida para salvar a sua.

* * *

Quantas são as mães que dão a vida pelos seus filhos...

Quantas sentem as forças se esvaindo dia a dia, para que os filhos cresçam fortes e saudáveis, esquecidas de si mesmas...

Quantas heroínas anônimas existem sobre a face da Terra!

São mães sofridas, que passam dias e noites vigiando o filho enfermo, destilando gotas do mais profundo afeto para que o filho sobreviva...

São mães que amargam a dor de um filho delinqüente...

Mães que oferecem o seio descarnado e vazio para que o filho não morra de fome, alimentando-o com a força do amor sublime que emana das profundezas da alma.

Mães que disfarçam os sulcos das agonias suportadas com um sorriso nos lábios, agradecendo a oportunidade de serem co-criadoras com Deus.

Ser mãe é ofertar-se por inteiro para que os filhos de Deus nasçam e cresçam em direção à Luz Divina.

* * *

Se a criança é o futuro, como todos afirmamos, no coração das mães repousa, indubitavelmente, a sementeira de todos os bens e de todos os males do porvir.

Redação do Momento Espírita, utilizando pensamento extraído do verbete Mãe, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.