Livraria 18 de Abril

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Servir

   

Em certa passagem evangélica, Jesus ofertou Sua paz à Humanidade.

Mas salientou que essa paz era diferente da paz mundana.

Em outro momento, disse que o Reino dos Céus somente era acessível a quem fazia a vontade de Deus.

Também sentenciou que o Reino dos Céus não vem com aparências exteriores.

Conclui-se que o Reino dos Céus é um estado de consciência.

A paz do Cristo corresponde a uma consciência em paz.

O Espírito que pacifica a própria consciência goza de uma intensa e imperturbável satisfação íntima.

Esse profundo silêncio interior, extremamente prazeroso, não depende de circunstâncias materiais.

Mesmo perante a luta, a serenidade persiste inalterável.

No mundo atual, em que as criaturas portam inúmeras neuroses e complexos, evidencia-se a geral carência da paz do Cristo.

A capacidade de manter serenidade e harmonia, em meio a dificuldades, parece muito desejável.

Evidentemente, a conquista da paz ofertada pelo Mestre pressupõe seguir-Lhe os ensinamentos e imitar-Lhe a conduta.

A vida de Jesus foi muito rica e plena de significados.

Dela é possível tirar infinitas lições.

Um dos ensinamentos mais preciosos vem da assertiva de Jesus de que Ele não viera à Terra para ser servido, mas para servir.

Como Jesus é o Modelo e o Guia da Humanidade, tem-se que o cristão deve ser um servidor.

Contudo, servir não implica fazer todas as vontades do próximo.

Quem realiza vontades e caprichos é um escravo, não um servidor.

Servir significa atender necessidades legítimas, imprescindíveis ao bem-estar físico e emocional das criaturas.

Jesus foi um servidor, jamais um escravo.

Todos tinham necessidade de Suas sublimes lições e Ele as deu.

Havia carência de exemplos de dignidade e compaixão e Jesus viveu tais virtudes com perfeição.

Mas Ele jamais foi conivente com a hipocrisia e os vícios de toda ordem.

Quando Lhe pediam sinais, Ele não os dava.

O Mestre não atendeu meras vontades ou caprichos.

Ele satisfez necessidades legítimas.

Em suma, cumpriu o Seu papel no Mundo.

Quem deseja a paz do Cristo, deve seguir esse exemplo.

É necessário adotar o papel de servidor.

Servir implica tornar-se um agente do progresso.

O genuíno servidor aprimora seus talentos pelo estudo e pela reforma íntima.

E utiliza esses recursos na construção de um Mundo melhor.

Auxilia o próximo ao atender suas legítimas necessidades.

Em sua imperfeição, os homens erram.

Conseqüentemente, precisam de tolerância, compreensão e auxílio.

Mas eles também devem evoluir para Deus.

A vida terrena tem a finalidade de propiciar a evolução espiritual.

Não se trata de um passeio descompromissado.

Assim, servir o próximo é ajudá-lo a ser o melhor que puder.

Evoluir é uma imperiosa necessidade de todo ser vivo.

Bem se vê que servir não é infantilizar ninguém, ao furtá-lo às experiências necessárias ao seu viver.

Serve melhor quem, por seus atos e palavras, incentiva o semelhante a ser trabalhador, puro, leal e bondoso.

Quem serve converte-se em um poderoso elemento do progresso e cumpre a função que lhe cabe no concerto da Criação.

Assim, vive em paz, pela consciência do dever atendido.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.