Livraria 18 de Abril

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Mansuetude e poder

   

Amansuetude é, por vezes, confundida com fraqueza espiritual, apatia ouindiferença. Pensa-se que a pessoa portadora dessa virtude está impedida dereclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos.

Acredita-seque a mansuetude não combina com o poder, pois este tem se confundido comprepotência, o despotismo e a violência.

Contudo,mais uma vez vamos encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que overdadeiro poder anda de mãos dadas com a mansuetude.

Nanatureza tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso; o Solnasce e se põe em profunda quietude; move gigantescos sistemas planetários,mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.

Acariciaas pétalas de uma flor sem a ferir, e beija as faces de uma criança adormecidasem a acordar.

Asestrelas e galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelasvias inexploradas do cosmos, mas nunca deram sinal da sua presença pelo maisleve ruído.

Ooxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circuladiscreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença.

Aluz, a vida e o espírito os maiores poderes do universo, atuam com a suavidadede uma aparente ausência.

Comonos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos deviolência física, mas sim numa atitude de presença metafísica; não se tratade fazer algo, mas de ser alguém.

Quandoum homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência.

Aviolência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder.

Osgrandes mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeitamansuetude e benevolência.

OCriador, que é o supremo poder, age com tamanha mansuetude que a maioria doshomens nem percebe a Sua ação.

Essapoderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o universo emmovimento, cria novos mundos a cada instante, faz pulsar o coração dos abutrese dos colibris, dos bandidos e dos homens de bem, na mais harmoniosa mansuetude.

Atémesmo a morte, mensageira da liberdade, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã,rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico.

Assimse expressa o verdadeiro poder: sem ruído, sem alarde e sem violência...

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Sempreque a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do Sol e de sua incontestávelmansuetude: nasce e se põe em profunda quietude; move gigantescos sistemasplanetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.Acaricia as pétalas de uma flor sem a ferir, e beija as faces de uma criançaadormecida sem a acordar.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nocap. Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra, do livroSabedoria das parábolas, de Huberto Rohden, ed. Alvorada.