Livraria 18 de Abril

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Um sentimento superior...

   

O amor é a celeste atração das almas.

É o olhar de Deus sobre as criaturas e sobre os mundos.

Não se pode confundir, porém, com tal nome a ardente paixão que atiça os desejos carnais.

Esta não passa de uma imagem, de uma grosseira falsificação do amor.

O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração.

É o coroamento de todas as virtudes humanas da doçura, da caridade e da bondade.

É a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria até as alturas divinas, unindo todos os seres e despertando em nós a felicidade verdadeira.

Amar é sentir-se viver em todos e por todos.

É consagrar-se ao sacrifício, até à morte, em benefício de uma causa nobre ou de um ser.

Se quisermos saber o que é amar, devemos lembrar dos grandes vultos da Humanidade e, acima de todos eles, do Cristo, para quem o amor resumia toda a lei de Deus.

Além disso, não disse Ele: Amai os vossos inimigos?

Por essas palavras, Jesus não pretendeu exigir-nos uma afeição que nos fosse impossível.

Sua orientação pretendia, sim, sugerir-nos a ausência do ódio, de todo o desejo de vingança.

Almejava o Cristo que nos dispuséssemos sinceramente a ajudar nos momentos necessários mesmo aqueles que nos prejudicam e ferem, oferecendo-lhes todo o auxílio que nos seja possível.

Não se pode progredir isoladamente.

Por isso, é preciso conviver com as pessoas, vendo-as como presenças necessárias à nossa evolução.

Deixemos que nossos corações se abram.

Precisamos urgentemente desenvolver a capacidade de amar e de permitir que sejamos amados.

Nossa simpatia deve atingir a todos os que nos rodeiam.

Principal atenção deveremos dar aos nossos pais.

Eles que nos mantiveram durante nossa infância, nos acalentaram e nos aqueceram.

Velaram com ansiedade nossos primeiros passos e as nossas primeiras dores.

* * *

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas.

Deus é o seu foco.

Assim como o sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a natureza inteira, também assim o amor vivifica todas as almas.

Seus raios, penetrando através das trevas do nosso egoísmo, iluminam com trêmulos clarões os recônditos de cada coração humano.

Todos os seres foram criados para amar.

As partículas da sua moral, os gérmens do bem que em si repousam, fecundados pelo Foco Supremo, irão se expandir um dia.

Aí, então, florescerão até que todos sejam reunidos em uma única comunhão do amor, em uma só fraternidade universal.

Não importa quem sejamos hoje.

Importa apenas que estejamos dispostos a influenciar um ao outro, no sentido do bem.

Filhos de Deus, somos todos membros da grande família dos Espíritos.

Temos marcados em nossas frontes o sinal da imortalidade.

Somos todos irmãos e estamos destinados a nos conhecer e nos unir em harmonia, longe das paixões e das grandezas ilusórias da Terra.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49, do livro Depois da morte, de Léon Denis, ed. Feb.