Livraria 18 de Abril

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Diálogo imprescindível

   

Casais existem que vivem e convivem por anos a fio. Quem os olha, de fora, os imagina felizes.

Porque marido e mulher não discutem, não se desentendem. E o que um deseja, parece ser o desejo do outro.

Nesse diapasão, criam os filhos, casam-nos, se tornam avós. Para os filhos e os netos, eles são felizes.

Por isso, é traumático para esses mesmos filhos e netos descobrir, um dia, que aquele homem e aquela mulher estão se separando.

E, pior do que isso, cada qual guardando intensa mágoa do outro.

Por que isso acontece?

Quase sempre, a grande problemática é a falta de diálogo. Não esse diálogo que é o tratar das coisas de todos os dias.

Falar da economia do lar, das dificuldades das crianças na escola, dos problemas na profissão de um e de outro.

Diálogo a respeito de seu próprio relacionamento, de seus desejos, de suas vontades. Do que verdadeiramente um espera do outro, do que anseia.

Do que os faz felizes ou infelizes. Do que os magoa, os fere.

A propósito, recordamos a história de um casal. Durante mais de 60 anos, tudo compartilharam.

Conversavam sobre tudo. Ou quase tudo. Porque entre eles havia um segredo.

Em cima de um armário, a mulher guardava uma caixa de sapato. O marido recebera a recomendação de nunca abri-la e nem perguntar o que nela havia.

Assim foi por anos e anos. Porque se considerava feliz, o homem jamais pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapato.

Mas, um dia, a velhinha adoeceu e o médico avisou que ela teria poucos dias de vida.

Então, o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou para perto da cama da mulher.

Ela concordou que era a hora dele saber a respeito do conteúdo.

Ele abriu e viu que ali estavam duas bonecas de crochê e um pacote de dinheiro. Somados, nada menos de 95 mil dólares.

E ela explicou: Quando nos casamos, minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz era nunca brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você, deveria ficar quieta e fazer uma boneca de crochê.

O marido ficou muito emocionado, mal contendo as lágrimas.

Eles haviam vivido mais de 60 anos casados. Como havia somente duas bonecas na caixa, significava que ela ficara com raiva dele somente duas vezes.

Tinha sido, verdadeiramente, uma longa vida de amor.

E resolveu perguntar:

Querida, você me explicou sobre as bonecas. Mas e esse dinheiro todo, de onde veio?

Ah, meu bem, disse a velhinha, com a voz quase sumida, esse é o dinheiro que eu consegui com a venda das bonecas.

* * *

Nunca deixe de dialogar com seu cônjuge. Mas fale das coisas importantes.

Não brigue, nem estrague os dias de ventura com tolices.

Converse, no entanto, do que faz bem e do que faz mal à vida conjugal. Do que um e outro devem mudar para serem mais felizes.

Não construa um mundo de mentiras. Construa a sua felicidade em sólidas bases de confiança e entendimento.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita com base em história de autoria ignorada.