Entre os passageiros habituais daquele ônibus que levava os trabalhadores, havia dois excepcionais - um menino e uma menina, que iam para a escola especial.
Certo dia, por ter lido a respeito de um torneio olímpico de atletismo para deficientes mentais, o motorista perguntou-lhes se pretendiam concorrer.
"A gente queria", explicou a menina, tristonha, "mas nós dois moramos em apartamentos e não temos lugar onde treinar."
Na manhã seguinte, o motorista encostou o ônibus na parada e abriu a porta. Antes, porém, que as crianças pudessem entrar no veículo, ele gritou:
- Corram atrás de mim até a outra esquina!
E deu partida.
Enquanto os dois corriam pela calçada, o ônibus os ultrapassou, buzinando para os incentivar.
No final do quarteirão, eles entraram, corados e felizes com o treino matinal.
Durante duas semanas, repetiu-se a mesma coisa.
Os demais passageiros logo se tronaram treinadores e torcedores, oferecendo sugestões e prestando apoio geral.
A última salva de palmas, na manhã após a competição, foi a mais sonora e se destinava também ao engenhoso motorista.
Seus protegidos haviam conquistado o segundo e o terceiro lugares na prova de 50 metros.
Pequenos gestos, grandes resultados!
Uma idéia simples que produziu, não só o incentivo às crianças, mas também uma efetiva motivação para os passageiros.
Podemos imaginar que, ao chegarem em seus locais de trabalho, estavam com outra disposição e, por certo, contagiariam seus demais colegas.
A iniciativa do motorista foi saudável e produziu resultados positivos.
Assim também ocorre com as más idéias.
Por essa razão, convém que sempre analisemos nossos pequenos gestos sob esse ponto de vista.
O fato de serem pequenos, não impede que provoquem grandes resultados, tanto para o bem quanto para o mal. A decisão cabe sempre a nós.
Se a nossa disposição tender para idéias perniciosas, estaremos em grande acerto se as evitarmos, enquanto não conseguimos ter a mesma disposição para o bem.
Embora não baste apenas não fazer o mal, evitá-lo já é um grande passo.
Começando por evitar o mal, logo estaremos fazendo o bem. E quando o bem se tornar um hábito tão voluntário quanto o de respirar, estaremos bem próximos da felicidade real.
Você sabia?
Que os Espíritos Superiores orientam que devemos fazer o bem na medida das nossas forças?
E as nossas forças são todas as facilidades de que dispomos: a lucidez mental, a saúde, o apoio da família, da sociedade, os recursos financeiros etc.
E você sabia que, segundo as leis de Deus, somos responsáveis pelo mal que resulte por não termos praticado o bem?
Isso quer dizer que o simples fato de não fazermos o bem, já é um mal.
(História da revista Seleções do Readers Digest jun/1982)