Conta-se que um Capitão, ainda bastante jovem, tinha acabado de se formar na escola de oficiais da Marinha e estava servindo num grande navio de guerra.
Sua frota estava fazendo exercícios num arquipélago, em meio a milhares de ilhas. Eles já estavam chegando no final do dia, o tempo estava péssimo, com névoa densa e a visibilidade muito ruim.
Num certo momento o vigia avisou ao comandante que havia uma luz piscando do lado direito. O comandante perguntou se a luz estava constante ou em movimento, e o vigia confirmou que a luz estava parada e num curso de colisão.
O comandante mandou uma mensagem para o suposto navio informando que ele estava numa rota de colisão e que seria necessário mudar seu curso em vinte graus, imediatamente.
Recebeu a seguinte mensagem: "é melhor vocês mudarem seu percurso imediatamente".
O capitão pensou que a tripulação do outro navio não sabia quem ele era e transmitiu outra mensagem: eu sou um capitão, por favor mude seu percurso em vinte graus. Veio outra mensagem: "eu sou marinheiro de segunda classe senhor, e estou alertando que é preciso mudar o curso do seu navio, senhor."
O comandante ficou enfurecido e enviou sua mensagem final: estou no comando da mais importante nau da frota. Não podemos manobrar tão rápido. Mude seu curso imediatamente. Isto é uma ordem!
Então, o comandante recebeu a mensagem final: senhor é impossível mudar nossa rota. Isto aqui é um farol. E eu, sou apenas o faroleiro.
Ao longo da sua trajetória evolutiva, não foram poucas as vezes que homens investidos de cargos importantes ou em posições de destaque, têm se deixado levar pela soberba e pela vaidade, a ponto de não perceber a realidade que os cerca.
A história registrou inúmeras dessas situações, mas a mais célebre foi a ocorrida com Jesus.
Quando o Mestre de Nazaré se posicionou diante dos doutores da lei, dos poderosos, dos que se julgavam acima do bem e do mal, qual farol iluminando a noite escura dos corações, foi crucificado.
Aqueles homens não admitiam que um simples carpinteiro, sem títulos nem riquezas materiais pudesse lhes indicar o rumo que deveriam seguir para evitar o naufrágio na escuridão das próprias trevas.
Investidos dos poderes transitórios e das glórias terrenas, fecharam os olhos para a grande luz que veio à Terra para iluminar consciências e perfumar corações.
Cegos pelo brilho do ouro, desdenharam o maior tesouro já conferido à humanidade.
Pseudo-sábios, iludidos pela prepotência do falso saber, desprezaram Aquele que foi e continua sendo o Maior Sábio de que se tem notícias.
Enceguecidos pelo preconceito de raça, de casta e de religião, não aceitaram a orientação do Sublime Farol que veio a este mundo de misérias para conduzi-lo, como nau desorientada, ao porto seguro de um reinado diferente, que Ele próprio exemplificou.
E, não obstante todas as resistências oferecidas pelos poderosos daquele tempo e por alguns da atualidade, o Divino Farol continua orientando todos os que, cansados de se debater na noite escura dos sofrimentos e nas tempestades geradas pela ignorância, desejam chegar a um porto seguro.
E assim prosseguirá, até que todas as ovelhas do aprisco voltem ao Seu sublime redil... Até o final dos tempos, conforme Ele mesmo afirmou.
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Jesus é estrela de primeira grandeza.
Fez-se, na Terra, um humilde carpinteiro para se achegar aos corações doridos daqueles que estavam dispostos a saciar a sede de esperança e seguir Seus passos luminosos.
E, embora desprezado por muitos, continua sendo o grande Farol a indicar o caminho que conduz ao Pai, através dos Seus luminosos ensinamentos.
(Equipe de Redação do Momento Espírita, baseado em história de autor desconhecido)