É comum percebermos pais e mães tentando sufocar a preferência que sentem por um filho em detrimento dos demais.
O fato de reconhecer-se mais amoroso com um dos filhos não é motivo para desespero. Todavia, é preciso buscar desenvolver o afeto que ainda não está consolidado, sem ferir nem ferir-se.
É em vão, e até infantilidade de nossa parte, supor que o filho ou filhos preteridos, não registrem nossos sentimentos tendenciosos.
Pais que ao reconhecer essa realidade, tentam camuflá-la, longe estão da solução.
É preciso admitir, naturalmente, que isso não é coisa pecaminosa, nem impossível de solucionar. Basta reconhecer que o problema existe e envidar esforços para a devida superação.
A esteira da reencarnação, pela lei de causa e efeito, conduz ao regaço familiar os espíritos com os quais temos afinidades já consquistadas, mas não somente estes.
É comum encontrarmos inimigos de outrora colocados sob o mesmo teto para aparar arestas.
A misericórdia divina permite que nos encontremos novamente com desafetos para refazer os laços da amizade sincera e do afeto duradouro.
Geralmente a inimizade surge do amor ferido, da traição, da infidelidade de alguém que nos foi caro, pois não criamos antagonismos com quem jamais conhecemos.
Assim, é fácil entender porque gostamos mais desse ou daquele familiar, e porque não nos afinamos com outros.
Uma vez detectado o problema, temos que buscar a superação efetiva, esforçando-nos para estender a ponte da afetividade que se rompeu ao longo do caminho.
É preciso reconhecer que o desafeto de hoje, talvez seja alguém que prejudicamos outrora e que agora está diante de nós para que possamos desculpar-nos.
Se estamos numa situação dessas, não tentemos tapar o sol com a peneira, conforme o dito popular, mas procuremos mudar essa realidade nas profundezas da alma, para que os familiares preteridos possam registrar nossos reais sentimentos.
Tenhamos sempre em mente que nas Leis Divinas não há o acaso. Se estamos reunidos é para que busquemos unir-nos uns aos outros com sinceridade e afeição verdadeira.
E como a existência terrena é breve, não percamos tempo.
Comecemos hoje mesmo as mudanças necessárias.
Um pai e um filho que se odiavam mutuamente, buscaram uma solução que merece destaque.
Por várias vezes ambos eram arrebatados pelo ímpeto de se agredirem, mas como conheciam os mecanismos da reencarnação, buscaram uma saída inteligente.
Combinaram que cada vez que sentissem vontade de se esbofetearem, se envolveriam num abraço apertado. E assim fizeram.
Os primeiros abraços eram apertados demais, tamanha a vontade de se esganarem mutuamente.
Mas a repetição do feito propiciou novos sentimentos, e hoje ambos se abraçam com verdadeiro afeto. Conseguiram superar o ódio. Aproveitaram a oportunidade que Deus lhes concedeu, e mudaram a paisagem familiar.
Pense nisso!
Se ainda não sentimos o mesmo amor por todos os filhos ou demais familiares, comecemos hoje mesmo a mudar esse panorama. Não é impossível, basta que façamos pequenos mas verdadeiros esforços.
Em breve tempo estaremos experimentando a alegria íntima a nos invadir a alma ao abraçar aqueles a quem negávamos, ainda que inconsciente, o nosso coração.
Redação do Momento Espírita