Quando procurado pelos portadores de enfermidades, Jesus sempre lhes perguntava se realmente desejavam a saúde, ou criam que ele os poderia curar.
Era de fundamental importância para o restabelecimento do enfermo a sua segurança íntima sobre estes dois requisitos: querer e crer.
Complementando-se um no outro, tornam-se essenciais para o restabelecimento físico e psíquico do candidato à cura.
O querer em profundidade, sem reservas, altera completamente o quadro psicofísico do indivíduo, que se transfere do estado de desarmonia em que se encontra para o de equilíbrio, auxiliando o organismo na restauração dos seus equipamentos danificados.
A doença não é mais do que um sintoma do desarranjo do espírito, em realidade o portador da mesma.
O ato de querer libera-o dos elementos perniciosos, geradores dos distúrbios que se apresentam na emoção, na mente e no corpo.
Querer é decidir-se, abandonando a acomodação parasitária ou o medo de assumir responsabilidades novas perante a vida, desse modo arrebentando as cadeias da revolta persistente, da auto-compaixão, das sombras nas quais o indivíduo se oculta.
Quem quer, investe; e ao fazê-lo, age de forma a colher os resultados almejados.
O crer é uma decisão grave, de maturidade emocional e humana.
A crença vive inata no homem, aguardando os estímulos que a façam desabrochar, enriquecendo de forças a vida.
Há uma crença automática, natural, herança característica das gerações passadas, que induz à aceitação dos fatos, das idéias e experiências, sem análise racional.
E existe outra que é resultado da elaboração da lógica, das evidências dos acontecimentos com os quais a razão concorda.
Crê-se, portanto, por instinto e por conhecimento experimental.
Quando se quer, despojado de dúvida, a crença no êxito já se encontra no bojo do desejo exteriorizado.
O receio aí não tem guarida, nem as vacilações produzem desconfiança.
A paisagem mental banha-se de luz e os componentes da infelicidade se diluem sob os raios poderosos da vontade bem dirigida.
Querer e crer conduzem à luta, mediante a decisão de sair da fumaça sombria para o campo do êxito.
Após a vitória feliz, estes dois valores morais devem prosseguir comandando a integridade emocional, para impedir a recaída.
No episódio do paralítico, que foi descido pelo telhado e posto ao seu lado, como em outros variados, as duas questões são postas em evidência pelo mestre.
À pergunta direta: "tu crês que eu te posso curar?", o doente respondeu: "sim", demonstrando a fé que o dominava, ao mesmo tempo retratando querer recuperar a saúde, tal o esforço empreendido para estar ali.
Movimentara amigos e pessoas solidárias; submetera-se ao desconforto de ser conduzido, tivera aumentadas as dores, e, porque queria, conseguiu.
Sensibilizado por tal esforço, Jesus o libertou da doença, de que ele, sem revolta, desejava despojar-se.
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Nas tuas dificuldades e dores, abandona a complacência para com elas e toma a segura decisão de querer ser feliz e crer que o conseguirás.
Nada te impede a tentativa. Basta que estabeleças, no íntimo, o desejo forte de libertação.
Se a dúvida se apresentar, afugenta-a.
Perturbado pelo pessimismo, contempla os triunfadores que lutaram antes de ti.
Não lhes foi diverso o esforço para a vitória.
Sucede que iniciaram o labor sem que o soubesses e agora vês somente o seu resultado.
Ademais, apela para Jesus com firmeza, certo de que a tua rogativa não ficará sem resposta, e abre-te ao influxo da força restauradora, não lhe opondo barreiras.
Se queres a paz e a saúde, e crês na sua imediata conquista, não adies o teu momento de consegui-las, pois este momento é agora.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 18 do livro Jesus e atualidade, de Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Âgelis.