Por que uma criança nos emociona tanto? Por que seu sorriso, seus gestos meigos, nos conquistam rapidamente?
Quantas vezes não nos percebemos rendidos por uma graça infantil, pelo aceno ingênuo de uma criança anônima, a nos sensibilizar os sentidos?
A ingenuidade e graciosidade infantis muitas vezes nos levam à conclusão que nascemos como uma folha em branco, como um livro a ser escrito, como se isentos de maldades e livres das dificuldades morais da vida adulta.
Como Espíritos imortais que somos todos nós, a cada nova oportunidade que a vida nos oferece para renascermos, somos os mesmos Espíritos antigos, distantes da simplicidade e da ignorância, que retornamos para os desafios da vida.
Mas por que trazemos essa aura de ingenuidade e de pureza? Por que temos a impressão que a criança ao nascer nada traz em si de conhecimentos prévios?
O período da infância, a fase infantil é aquela onde a natureza oportuniza mais facilmente o aprendizado de coisas novas. E isso não se dá por acaso, desde que, para uma nova existência, todo um novo processo educacional se inicia.
Desta forma, o período infantil é o mais rico e o mais importante para a educação dos caracteres.
Será sempre na fase infantil que ocorrerão as melhores oportunidades para semearmos valores nobres, conceitos adequados.
Todo pai, todo educador deve estar atento para que não se desperdice esse período precioso de educação.
Educar está longe de ser o processo de satisfazer a vontade dos filhos, trocando o esforço de estabelecer limites pela comodidade de oferecer presentes, evitando incômodos.
Devemos aproveitar essa ingenuidade infantil para oferecermos as lições que serão roteiro de conduta para toda a existência.
Logo mais, nossas crianças crescerão e, ao adentrarem na adolescência, tomarão posse de outros valores, virtudes, defeitos, dificuldades e problemáticas que trazem impressos na alma.
Por isso é explicável que nossos adolescentes mudem tanto o comportamento nessa fase desafiadora da vida.
Assim, todo o esforço em educar nossas crianças deve ser levado a termo.
Devemos cuidar com desvelo e amor dos filhos que Deus nos emprestou, para que, em nome Dele, possamos ser o apoio e auxílio de todos aqueles que retornam aos desafios terrenos, sob nossa tutela.
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Todo filho é empréstimo sagrado que deve ser valorizado e melhorado pelo cinzel do amor dos pais, para oportuna devolução ao genitor Celeste.
São bênçãos que chegam ao lar. Alguns, gemas brutas para lapidação. Compete-nos fazer a nossa parte e prosseguir tranquilos, na direção do futuro e de Deus, o excelso Pai de todos nós.
Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais colhidos no verbete Filho, do livro Repositório de sabedoria, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, v. 1, ed. Leal.