A lei de talião representou um progresso nos costumes da Humanidade.
Em decorrência dela, a vingança passou a ter limites.
Antes, por conta de uma ofensa, considerava-se justo dizimar toda a família do ofensor.
Depois, passou a ser olho por olho e dente por dente.
Ou seja, o mal que se retribuía não podia ser maior do que o recebido.
Jesus Cristo veio trazer a contribuição definitiva nessa seara.
Assentou que não se deveria resistir ao mal.
Que se alguém batesse na face direita, era preciso oferecer também a esquerda.
Que se alguém tomasse a vestimenta, convinha deixar também a capa.
Que se alguém obrigasse a andar uma milha, era para andar com ele duas.
São palavras fortes e plenas de simbolismo.
Por certo não significam se deva permitir que a agressividade e a violência tomem conta da Terra.
Não constituem autorização ou incentivo a que os fracos se transformem em besta de carga dos fortes.
Seu significado profundo parece ser o de que apenas o amor é eficiente no enfrentamento com o mal e os maus.
O revide, o ressentimento e o desejo de vingança apenas prolongam os desequilíbrios humanos.
Sob a égide do Cristo, deve instalar-se uma nova ordem de paz e generosidade.
O discípulo de Jesus é pacífico e pacificador.
Ele é manso, compreensivo, ordeiro e confiante na Justiça Divina.
Perante uma ofensa, em geral três condutas são possíveis: revidar, fugir ou oferecer a outra face.
O revide implica a continuação da luta e do desequilíbrio.
A fuga transfere o clima de ódio para solução futura e denota fraqueza moral, que estimula o violento.
A última alternativa é sem dúvida a mais difícil.
Perante a ofensa, oferecer a face contrária, a do perdão.
Esse ato de grandeza, consistente na imediata compreensão do desequilíbrio que há em qualquer ato mau, desestabiliza o agressor.
De repente, ele se vê lamentável como é, perante a serenidade do ofendido.
A violência tende a morrer asfixiada no algodão da paz que envolve quem ama.
É impossível vencer alguém com grandeza moral.
Em face dele, toda vitória é aparente e com sabor de cinzas.
Alguém em paz e pronto a desapegar-se da manta e da capa.
Que tem paciência e caminha mais do que o solicitado ao lado de quem lhe impõe o esforço.
Certamente não é fácil adotar esse gênero de conduta.
Entretanto, Jesus não apenas ensinou, como exemplificou.
Soube doar-Se em holocausto e Sua proposta vitoriosa segue transformando lentamente a Humanidade.
E é Dele o convite que ressoa através dos séculos:
Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13 do livro A mensagem do Amor Imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.