O tema violência tem ocupado as páginas dos jornais e as imagens televisivas com frequência.
As pessoas se afirmam temerosas de sair à rua, tanto quanto permanecerem a sós, em seus lares.
Há os que temem pela segurança dos filhos a caminho da escola e lhes providenciam assessores e guardiães para os acompanhar em todo o trajeto.
Comenta-se sobre as cenas de violência na TV, que somam horas. Uma estatística americana detectou que, durante uma hora de desenhos, uma criança presencia 18 cenas de violência. Programação que lhe é especialmente destinada.
Existem, contudo, outras formas de violência.
A violência que se registra, portas adentro do lar, no inter-relacionamento pessoal.
Esposos que não se falam senão por monossílabos, e que utilizam de longos e pesados silêncios em seus diálogos.
Irmãos que mal conseguem se ver, dada a aversão um pelo outro.
Violência do abandono dos afetos e da busca do prazer individual, deixando à retaguarda responsabilidade e compromissos de anos.
Violência da miséria que assola comunidades inteiras, relegadas a precárias condições de sobrevivência.
Violência da ignorância, do medo, que gera atos de insânia, qual o do abandono de recém-natos ao frio da madrugada.
Assim aconteceu há algum tempo. Uma jovem mãe teve seu bebê nas primeiras horas da manhã. Pobre e sem amparo, embrulhou o pequenino em um pacote de supermercado e o largou à beira de uma estrada.
Cerca de três horas depois, outra mulher carregada de filhos e de dores, passou por ali. Atraída pelo choro débil, tomou do embrulho e surpreendeu-se com o conteúdo.
Apesar do frio daquela manhã, o bebê ainda vivia. Preocupada, a senhora largou o carrinho de recolher papéis e procurou o hospital mais próximo.
Enquanto aguardava o atendimento, que não se fez demorar, ficou estreitando a criança contra o próprio peito, a cobri-la de beijos e de carinhos.
Sua atitude atraiu a atenção de repórteres, pois que mesmo após ter entregue o bebê aos cuidados médicos, ali ficou para saber das suas condições de saúde.
Entrevistada, afirmou que desejava ficar com a criança, embora os escassos recursos e as bocas que tinha para alimentar.
Olho-a, dizia, e nela vejo o Cristo. Como não desejar ampará-la?
Eis a face oposta à violência. É a face dos que amam, de forma irrestrita, sobrepujando as próprias agruras.
À semelhança dessa anônima mulher, batalhadora e sensível, outras tantas almas existem, no planeta, diluindo a violência com seus atos de heroísmo solitário, com sua bravura diária.
São flores que exalam seu perfume discreto em meio aos espinhos da indiferença e do descaso, combatendo a violência, com suas posturas de legítimas seguidoras do Senhor Jesus.
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Existe um grande número de estudiosos, em todo o mundo, que se encontra debruçado sobre lentes microscópicas ou envolvendo-se em experiências em laboratórios, no afã de descobrir a cura para enfermidades ou, ao menos, alguma forma de amenizar dores físicas.
Isso atesta que, no planeta de provas e expiações em que nos encontramos, corações voltados ao bem já vivem e respiram o mundo de regeneração, o do bem.
Redação do Momento Espírita.