Interrupção criminosa

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As discussões a respeito dos anencéfalos terem ou não o direito de nascer, a cada dia nos traz novas facetas.

Religiosos, médicos, políticos, mulheres que lutam por direitos opinam. Uns contra, outros a favor da interrupção da gravidez em tais casos.

Nada mais oportuno, portanto, do que tornarmos a enfocar a delicada questão do abortamento que, sempre que provocado, e não tendo por objetivo salvar a vida da mãe, é criminoso.

Embora a lei humana estabeleça o contrário, a Lei Divina diz que está se matando uma vida.

O embrião não é apenas uma promessa de vida. É uma vida em desenvolvimento, que guarda um viajor da eternidade prestes a iniciar a jornada humana.

Assim, quando se interrompe artificialmente a gravidez, comete-se um assassinato e, ao mesmo tempo, se fecha a porta da reencarnação para alguém que estava chegando.

Mesmo que a expectativa de vida seja de poucas horas, por que não lhe permitir a experiência?

Nenhuma reencarnação é ocasional. Todas obedecem a um planejamento prévio do Espírito, que deseja e tem necessidades de resgatar débitos do passado e prosseguir na escalada do progresso.

Colocar obstáculos a essa meta é, sempre, ferir a Lei Divina.

Mesmo porque, quem pode garantir o veredicto de poucas horas de vida?

O cérebro é tão complexo que os cientistas trabalham incessantemente para lhe descobrir o funcionamento. Sabe-se que ele é delicado, que pequenos ferimentos ou choques podem danificá-lo de forma permanente.

Em sendo danificado, pode-se perder reações, sentidos. No entanto, a literatura médica cita muitos casos de graves lesões cerebrais que não afetaram de forma alguma os pacientes.

No ano de 1935, em Nova Iorque, um bebê viveu 27 dias no hospital Saint Vincent. Sempre pareceu normal e saudável. Ele chorava, comia e se movia. Somente depois de sua morte é que os médicos descobriram que a criança era destituída de cérebro.

Caso mais extraordinário é o relatado pelo doutor alemão Hufeland, um especialista em cérebro, ao realizar a autópsia de um homem paralisado, que fora bastante racional até o momento da sua morte.

Ele simplesmente não encontrou o cérebro - somente 310 gramas de água.

Verifica-se assim que, embora o avanço da ciência médica, a cada dia o homem é convidado a admitir que muito tem ainda a aprender, a descobrir.

Dessa forma, o filho que está a caminho, sejam quais forem as circunstâncias em que venha ao mundo, deve sempre ser considerado como alguém que necessita da experiência do retorno.

É alguém enviado por Deus para oferecer à gestante a mais elevada de todas as funções: a de ser colaboradora do Criador na obra da Criação.

Quem pode afirmar, sem sombra de dúvida, que o bebê não viverá ou que viverá apenas poucas horas? Quantas vezes a ciência já se equivocou e necessitou rever apontamentos e deduções?

Não seria mais coerente, em casos semelhantes, permitir-se o nascimento e deixar que o fio da vida se rompa, de forma natural, quando estabeleça a Justiça Divina?

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É no momento da concepção que o Espírito se une ao organismo em desenvolvimento. A reencarnação começa, pois, no momento em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide.

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Não ignores a presença de Deus na tua vida. Pensa e age sempre com a certeza de que Ele vela por ti e que não caminhas a sós.

Redação do Momento Espírita.