Cada manhã é um novo desafio. A forma que o encaramos reflete nossa postura perante as Leis Divinas.
Há os que despertam descontentes e contemplam as horas novas como uma carga, que deve ser transportada a qualquer custo.
Outros olham o dia que surge e logo alçam o pensamento em fervorosa prece de gratidão, pela renovação da vida no planeta.
Os primeiros são os pessimistas, que ainda não aprenderam a perceber a vontade de Deus no transcorrer dos acontecimentos.
Os segundos são os que se alicerçam na fé, cientes de que a vida deve ser vivida em plenitude.
Para os primeiros, tudo transcorre mal. Se o ônibus atrasa, se a chuva os surpreende em plena rua, se a fila do caixa do banco está morosa, tudo é motivo para reclamação e desconforto.
Abrem os jornais e conseguem somente destacar as manchetes ruins, desagradáveis, que falam de agressões, de desemprego, baixos salários, fugas ao dever, corrupção.
Os segundos conseguem vislumbrar em todo transtorno uma oportunidade de servir.
Assim, aproveitam o tempo para ler, enquanto aguardam na fila do ônibus ou do caixa. Ou então para um sorriso, um gesto de boa vontade.
Ante a intempérie, agradecem a bênção dos ventos, da água, do frio, reconhecendo-lhes o justo valor.
Numa dessas manhãs, ouvimos a conversa de um senhor já idoso e que demonstrava, pelos trajes, sua condição de dificuldade econômica.
Falava do salário que ganhava, aliás, tomara a condução justamente para se dirigir ao banco, a fim de sacar o valor de sua aposentadoria por invalidez.
Mostrava-se feliz. Não podia mais trabalhar, pela enfermidade que o incapacitara. Contudo, sentia-se feliz por estar andando com suas próprias pernas.
Comentou sobre o atendimento médico e farmacêutico que busca, dizendo-se satisfeito por sempre o atenderem muito bem.
Detalhou como conseguia sobreviver com o mísero salário, economizando, pesquisando preços, não se permitindo alguns produtos alimentares.
E sorria, dando graças a Deus.
Em verdade, observando aquele anônimo, fomos levados a cogitar acerca da forma com que estamos encarando nossos dias, nossos problemas, nossa vida.
Quantos possuem muito mais do que o idoso desconhecido e nada fazem além de reclamar?
Sábios são os que, em meio à adversidade, conseguem elaborar preciosas lições de vida, modelos que podem ser seguidos pelos que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir.
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A maior tristeza que pode se abater sobre a criatura, rotulando-a, fomentando desditas para o seu espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que lhe concede o Criador, para evoluir e brilhar.
Meditemos sobre isso e cultivemos as alegrias de que necessitamos, nos nobres serviços do amor.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4, do livro Rosângela, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Disponível no livro Momento Espírita, v. 4, ed. Fep.