Você se considera uma pessoa de bem?
Antes que você responda, vejamos alguns dos aspectos que caracterizam o homem de bem.
É aquele que cumpre a Lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.
Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa Lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia. Enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos.
Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si. É para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não odeia ou persegue aos que como ele não pensam.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente, em combatê- las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu Espírito, nem aos seus talentos às custas de outrem.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas.
Se a ordem social colocou sob seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos dos seus semelhantes como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.
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Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, perguntou aos Espíritos Superiores qual é a melhor religião que existe na face da Terra.
Os Benfeitores responderam que a melhor religião é aquela que maior número de homens de bem fizer, isto é, que maior número de homens conduzir a Deus.
Essa resposta prova que não importa a que religião pertençamos, mas que sejamos homens de bem.
Redação do Momento Espírita com base no cap. XVII, item 3 do livro O evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed.Feb.