No dia 5 de fevereiro de 2004, vinte catadores de conchas chineses não voltaram para celebrar a festa do último dia do Ano Novo Chinês.
Eles jamais voltaram para suas famílias e seus amigos, para a sua terra natal.
Morreram no mar frio de um país estranho.
Eles ligaram para suas famílias, quando as ondas geladas lhes chegaram ao peito, disseram que iam morrer. Mas não discaram o número que lhes permitiria serem socorridos.
Eles desconheciam que existia.
Para fazer um trabalho muito perigoso, ganhavam muito pouco de seus patrões, que lucravam bastante.
Perto do lugar onde morreram, havia placas de advertência sobre areia movediça e marés perigosas. Mas eles não as puderam ler. Não falavam, nem liam inglês.
Eram imigrantes chineses ilegais na Inglaterra, mas tinham necessidades humanas básicas e deviam ter direitos humanos básicos para os proteger.
Por que não tinham? Foram atraídos para o alto-mar por sonhos de ouro e pela ignorância.
Vinham de um país que não tinha um sistema legal independente antes de 1992. Nem um sistema de previdência social.
Sua terra está melhorando e se desenvolvendo, mas para aqueles vinte catadores de conchas é tarde demais.
Há mais de vinte séculos, um Sábio andou pela Terra e asseverou: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
Sem adentrarmos os painéis filosóficos para decifrarmos o que é a verdade, podemos traduzir, para a realidade do agora, que o que o Grande Mestre estava ensinando é a necessidade do conhecimento.
Em Sua sabedoria ímpar, referia-Se Jesus ao conhecimento geral, não somente às questões espirituais.
Conhecendo, o homem debela enfermidades, aperfeiçoa tecnologia, não se permite ser presa dos maus.
Os dominadores, através dos séculos, têm buscado manter o povo na ignorância, pois mais fácil de ser manipulado.
Durante séculos, aprender a ler foi exclusividade dos homens ricos e poderosos.
Mesmo em questão religiosa, séculos se escoaram em que os livros bíblicos eram privilégio dos que viviam nos conventos e seminários.
Foi necessário que um grande missionário viesse à Terra e desse sua contribuição para a tecnologia da impressão e da tipografia, para mudar esse quadro.
Nascido na Mogúncia, no século XIV, Gutenberg inventou os tipos móveis de metal, melhorando o tipo de impressão já em uso na Europa.
Aperfeiçoando tintas à base de óleo para melhor usá-los, aperfeiçoou ainda uma prensa gráfica, inspirada nas prensas utilizadas para espremer as uvas.
A partir de então, de forma paulatina, o livro foi se tornando popular.
Conhecer a verdade. Ler, instruir-se, informar-se, ilustrar a mente.
Como se faz importante a leitura, o estudo.
Pensemos nisso e aproveitemos a oportunidade de saber, para construir mais rapidamente a nossa própria felicidade.
Redação do Momento Espírita com base em fato colhido no texto 20 de fevereiro de 2004, do livro O que os chineses não comem, de Xinran, ed. Companhia das letras.