Periodicamente, a bondade de Deus remete à Terra focos de luz, que banham a Humanidade com suas presenças.
Não falamos de Jesus, desde que Ele é o próprio centro da História, dividindo as águas do pretérito de desacertos humanos da época das luzes dos Seus ensinos.
Mas nos recordamos do jovem de Tarso, de nome Paulo. Jovem e ardoroso pregador da lei de Moisés que, após o encontro com Jesus, na estrada de Damasco, torna-se o evangelizador dos gentios.
Graças às suas viagens, seu destemor, tornou o Evangelho conhecido em larga parte do mundo de então, chegando até à Macedônia, pregando na Roma dos Césares, colaborando eficazmente na propagação dos ensinos do Cristo.
Agostinho de Hipona que, após os anos desorientados da sua juventude, em que cometeu tolices, abraça o Evangelho e dá testemunho de sua fé, em um período de convulsão histórica.
Ele chegou a afirmar que estava convencido de que sua mãe, desencarnada, o viria visitar e revelar o que aguarda os homens para além dos portais do túmulo, numa antevisão do que viria mais tarde ensinar a Doutrina Espírita.
Francisco de Assis, na Idade Média, vem falar ao povo da doutrina clara e simples do Cristo, remetendo os homens de retorno às fontes primitivas do Cristianismo.
Ao seu lado, o suave vulto de Clara, jovem filha da nobreza de Assis, que se volta para os seus irmãos hansenianos, paupérrimos e abandonados pelo preconceito da ignorância então vigente.
No terreno da música, Mozart traduz as vozes dos céus em melodias de cristalina sonoridade, enquanto Leonardo da Vinci e Michelângelo imortalizam a beleza na pintura, na escultura, em versos de cores e formas perfeitas.
Na ciência e na filosofia despontam missionários da têmpera de Einstein, Pasteur, Voltaire.
Dos mais recentes recordamos Gandhi, o apóstolo da não-violência, que provou com o sacrifício de sua vida o que demonstrou Jesus há mais de dois mil anos, ou seja, que o amor triunfa sobre a guerra e a morte.
Ante tantas bênçãos, é bom nos questionemos o que estamos delas fazendo e de que maneira temos retribuído o amor e a compaixão de nosso Pai.
Permita Deus que saibamos merecer tantas dádivas, mostrando-nos dignos da Sua imensa bondade e sabedoria.
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Michelângelo, ao acabar de talhar no mármore a figura de Moisés, contemplou emocionado o trabalho e, ante a perfeição das linhas que o faziam parecer vivo, bateu com seu instrumento de trabalho no joelho da estátua, ordenando:
Parla , que quer dizer, no idioma italiano: Fala.
Mozart jamais fazia rascunhos das pautas das suas composições.
É como se nelas traduzisse algo que sua alma captava nos arcanos do invisível, surgindo a obra, desde o primeiro momento, primorosa, limpa, sem necessidade de rasuras ou emendas posteriores.
Redação do Momento Espírita com base no artigo As luzes do milênio, publicado no Boletim SEI nº 1549, de 06/12/1997.