É bastante comum nos pais o desejo de amealhar patrimônio para assegurar uma vida tranquila para seus filhos.
Esse desejo é louvável, mas não pode ser levado a extremos.
Sabe-se que os Espíritos nascem na Terra para aprender as lições de que necessitam.
Entretanto, eles não são da Terra.
Ao final da experiência terrena, não podem conduzir consigo nada do que seja material.
Apenas virtudes, conhecimentos e mérito de boas ações praticadas constituem o patrimônio que conseguem levar.
De outro lado, o mal feito, o bem não realizado e as injustiças não impedidas, embora podendo, representam uma pesada carga para a consciência.
Embora o patrimônio material seja relevante, a herança mais importante que os pais podem deixar é outra.
Essa herança consiste nas lições de vida reta e nos exemplos de solidariedade e compaixão.
Em termos de vida imortal, não tem sentido querer tornar os filhos ricos, mas egoístas.
A riqueza frequentemente muda de mãos.
As empresas mais sólidas vão à falência.
A vontade de um homem é impotente para conservar nas mãos de seus filhos a fortuna que construiu.
Se a Providência Divina decidir que os herdeiros devem experimentar a prova da miséria, eles a experimentarão.
Tudo o que compõe o mundo pertence a Deus.
O homem é mero usufrutuário, mais ou menos fiel, conforme compreende a finalidade do que lhe vem às mãos.
Os bens materiais são sempre instrumentos, neutros em sua essência.
Os pais devem ser conscientes de que sua tarefa não consiste apenas em educar os filhos para que sejam felizes, segundo os padrões mundanos.
O sucesso material pode ser efêmero e enganoso.
Para ser bem sucedido na tarefa paterna, é preciso ciência de que se está a educar Espíritos para Deus.
O mundo tem sua importância e representa variados desafios.
É válido e necessário estudar, trabalhar e esforçar-se para viver bem.
Só não vale a pena perder o foco e inverter os valores.
Assim, ensine seu filho a valorizar todos os bens que a família possui.
Diga-lhe que deve estudar e ser um excelente profissional.
Oriente-o para ser responsável e jamais se converter em um peso para os semelhantes.
Diga-lhe da prudência e o ensine a ser moderado em gastos, desfrutes e paixões.
Mas também o eduque para ser bondoso e solidário.
Mostre-lhe que é sublime prestar serviços desinteressados, dar para quem não pode retribuir, gastar tempo com os enfermos e idosos.
Ao assim agir, você colaborará para que seu filho se torne um ser humano de qualidade.
Se a vida mais tarde resolver experimentá-lo, ele terá méritos e valores para se sair bem.
Não achará que a riqueza diz do valor de um homem e não se imaginará sem valia por enfrentar dificuldades materiais.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita com base no item 15 do cap. XVI de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.