Quem parte leva saudades de alguém que fica chorando de dor... Os versos da canção popular traduzem o que, ainda hoje, acontece no mundo.
A morte prossegue a ser vista com horror e a vestir-se de negro. O que deveria ser um momento de reflexão e de prece, transforma-se em grande lamentação.
Contudo, o mundo, com raras exceções, se diz espiritualista. O que equivale dizer que acredita no Espírito, que algo existe para além da tumba, sobrevivendo à morte do corpo.
Há mais de dois mil anos, um suave cantor, nas terras da Galiléia, cantou a imortalidade.
Mais do que conviver com os Espíritos, falar com eles, amá-los, o que atestam os escritos dos evangelistas, Ele mesmo retornou após a morte.
Ele disse que, se destruído fosse o templo de Seu corpo, em três dias Ele retornaria. E o fez.
Esteve com os Seus apóstolos, entrando no cenáculo totalmente fechado. Sou Eu, não temais!
Permite que o incrédulo Lhe toque a chaga aberta no peito.
Aos discípulos que seguem a Emaús, igualmente Se identifica. Durante quarenta dias, esteve com eles, intensamente, em variados momentos.
E xortando-os à coragem, ao trabalho, ao dever.
Amigo incondicional, assegurou que onde houvesse duas ou mais pessoas, reunidas em Seu nome, Ele ali se faria presente.
E assim tem sido ao longo dos séculos que se dobraram, no tempo.
Ele, o Mestre, nos deu a lição imortalista, demonstrando que a morte não é o fim.
Vou à frente, preparar-vos o lugar, também prometeu. Que mais desejamos como prova?
* * *
Cabe-nos, então, reflexionar um tanto mais a respeito desse fenômeno que a todos alcança, sem exceção alguma: a morte.
A morte que chega devagar, após enfermidades longas e dolorosas.
A morte que vem de rompante, levando os nossos amores.
A morte que não faz diferença entre raças, idade, posição social. A todos ela abraça.
Naturalmente, que sempre se terá a dor da separação. A partida já é a dor da antecipada saudade. A dor da ausência de quem parte.
No entanto, da mesma forma que nos despedimos no aeroporto, na rodoviária, nos lares, dos afetos que buscam outras terras, em férias, não cabe desespero.
Chora-se sim, pela ausência. Sem lamentar, no entanto.
Porque guardamos a certeza que logo mais voltaremos a nos encontrar.
Da mesma forma que vamos ao encontro de quem está em férias, depois de um período, também acontece com a morte.
Um dia, mais cedo ou mais tarde, tornaremos a nos encontrar. Quando partirmos, eles estarão nos aguardando na fronteira da Espiritualidade.
Na Terra, quando estamos distantes, vamos utilizando o correio, o telefone, o e.mail, e todas as demais formas de comunicação para arrefecer a saudade.
Quando os amores partem para a pátria espiritual, utilizemos os fios mentais da evocação dos tempos felizes juntos, a oração, para a comunicação.
E nos será, então bastante comum, sonharmos com os amores que se foram e continuam a nos amar.
Serão momentos gratificantes de abraços, de reencontros.
Momentos que irão envolvendo a nossa imensa saudade, em suaves lembranças.
Um dia, tornaremos a estar juntos, neste mundo ou no outro.
Somos imortais, filhos da Luz, herdeiros do Universo. Confiemos: ninguém morre. Todos retornamos à Casa do Pai, destino final de todos os que fomos criados pelo Seu amor soberanamente justo e bom.
Pensemos nisso e enxuguemos nossas lágrimas de revolta, deixando que escorram somente as da saudade, do amor, das lembranças de tantos momentos bem vividos.
Transformemos nossos adeuses em até breve!
Redação do Momento Espírita.