Emília pertencia a uma família de classe média, em um país europeu que sofria crises e carestias, depois de uma prolongada guerra nacional. Fome e epidemias ameaçavam a toda a população polonesa.
Emília, desde pequena, tinha uma saúde frágil, e não melhorava devido às condições em que vivia. Era ainda muito jovem quando se casou com um operário têxtil e se estabeleceram em uma cidadezinha nova, longe de familiares e conhecidos: Wadovice, a 30 km de Cracóvia.
Pouco tempo depois nasceu seu primeiro filho, Edmundo, um garoto belo, bom aluno, atleta e de personalidade forte. Chegaria a se formar em Medicina.
Alguns anos mais tarde, em 1915, Emília deu à luz uma menina, que só sobreviveu poucas semanas, por causa das más condições de vida a que a família estava submetida.
Catorze anos depois do nascimento de Edmundo, e quase dez da morte de sua segunda filha, Emília se encontrava em uma situação particularmente difícil.
Tinha cerca de 40 anos e sua saúde não havia melhorado: sofria severos problemas renais e seu sistema cardíaco se debilitava, pouco a pouco, devido a uma doença congênita.
Além disso, a situação política do seu país era cada vez mais crítica, pois havia sido muito afetado pela recém terminada Primeira Guerra Mundial.
Viviam com o indispensável e com a incerteza e o medo de que se instalasse uma nova guerra.
Justamente nessas terríveis circunstâncias, Emília percebeu que estava grávida novamente. Apesar de o acesso ao abortamento não ser fácil naquela época, e naquele país tão pobre, existia a opção e não faltou quem se oferecesse para praticá-lo.
Sua idade e sua saúde faziam da gestação um alto risco para sua vida. Além disso, sua difícil condição de vida lhe fazia perguntar-se: Que mundo posso oferecer a este pequeno? Uma vida miserável? Um povo em guerra?
Emília desconhecia que só lhe restavam dez anos de vida, por causa de seus problemas de saúde.
Tragicamente, também Edmundo, o único irmão do bebê que esperava, viveria só mais dois anos.
Alguns anos mais tarde, aconteceria a Segunda Guerra Mundial, e no ano de 1941, o pai da criança que estava por nascer também perderia a vida.
Contudo, entre as dificuldades que a assombravam e a vida que nela palpitava, Emília optou por dar à luz seu filho, a quem chamou de Karol. Ele foi o único sobrevivente da família.
Aos 21 anos, ficou na Terra sem os pais e sem os irmãos. Este menino se tornou um ancião. Por muitos anos, cada vez que visitava algum país e passava por suas ruas, milhões de gargantas exaltadas lhe gritavam: João Paulo Segundo, nós te amamos.
Com vários problemas de saúde, o Papa João Paulo Segundo confessou que somente se sustentava pela força da prece dos que oravam por ele.
* * *
Pense nisso! A jovem Emília podia ter decidido por não permitir o nascimento daquele terceiro filho.
Mas, que grande homem teria perdido o Mundo. Um homem que utilizou o seu prestígio para falar aos dirigentes das nações sobre as doenças da sociedade e que, esperançoso, afirmava que havia razões para confiar, para esperar, para lutar, para construir.
Pense nisso e jamais diga não à vida. Não importam as situações adversas, nem as nuvens borrascosas que teimam em se apresentar.
Se um Espírito lhe bater à porta do coração, pedindo acolhida num minúsculo corpo de carne, receba-o.
Ele poderá vir para mudar a face do Mundo. Ele poderá vir, simplesmente, para enrolar seus braços em seu pescoço e sussurrar aos seus ouvidos: Eu te amo, mamãe!
Redação do Momento Espírita, com base em pesquisa ao site www.cnbb.org.br/files/biografia