Aconteceu num estádio. O público comparecera para assistir disputado jogo da temporada. Nada menos que vinte mil pessoas aguardavam.
Uma menina, de apenas 13 anos, ganhara como prêmio, a honra de cantar o Hino Nacional do País, os Estados Unidos, na abertura do grande evento.
De vestido longo, cabelo arrumado e um belo sorriso nos lábios, ela toma do microfone e inicia a execução.
Afinadíssima, sua voz se projeta, emocionada, pelo imenso estádio.
Então, o braço treme, ela engasga, esquece a letra.
A câmara televisiva a mostra em close, os olhos marejados de lágrimas, aguardando ansiosamente alguém próximo que a ajude.
Ela se vê absolutamente só. Treze anos. Uma menina. Sozinha, ali, no meio.
O público ameaça uma vaia. E ninguém toma a iniciativa de ir até lá para ajudar. Todos ao seu redor a observam, parados.
De repente, um homem se destaca e caminha ao seu encontro. É Mo Cheeks, técnico dos Portland Trail Blazers.
Postando-se ao lado de Natalie Gilbert, a jovenzinha assustada, ele a abraça.
Ela intenta esconder o rosto em seu peito. Mas o homem alto, encorpado, começa a cantar, incentivando-a a que faça o mesmo.
Ela vacila, mas ele continua, entusiasmando-a. E, depois, com gestos, incentiva o povo a que cante junto.
E, o público, compenetrado agora, percebendo a grande lição de solidariedade do técnico, canta.
Logo mais, o estádio inteiro forma um único coro, emocionado e vibrante.
E Natalie Gilbert conclui o Hino. Olha para o seu salvador e diz: "Muito obrigada".
Um homem, um gesto fez a grande diferença. Aquela menina poderia sair dali traumatizada, acreditando-se a última das criaturas, por ter falhado em hora tão importante.
Mas a alma solidária de Mo Cheeks não somente a auxiliou, tanto quanto deu uma lição a vinte mil espectadores.
Uma lição de solidariedade. Uma lição da atitude de um verdadeiro líder, de quem se importa com o outro.
Demonstrou que, quando alguém está em dificuldades, quem estiver mais próximo, tem o dever de ajudar.
Ensinou a utilizar a empatia.
Será que todas aquelas pessoas ali reunidas não pensaram, por um minuto sequer, que poderia ter acontecido com eles, se estivessem no lugar dela?
Será que tantos pais e mães ali presentes não pensaram que poderia ser a sua filha a ter aquele esquecimento?
Naquele dia, Natalie Gilbert realizou o que se propôs.
E Mo Cheeks demonstrou a diferença que faz um ser humano no Mundo.
* * *
Todos nós, onde quer que nos encontremos, podemos e devemos fazer a diferença.
Quando todos observam alguém que perde o equilíbrio, ou tropeça e cai, podemos ser aquele que estende os braços para amparar.
Ante alguém que derruba pacotes em plena rua, podemos ser a mão que auxilia.
Oferecer-se para trocar um pneu, providenciar algumas compras, atender uma criança por alguns momentos.
Quem de nós, onde esteja, não pode fazer algo simples, mas muito especial?
Algo que expresse que o ser humano é um ser de extraordinário potencial de amor, que é acionado ao mais discreto movimento da necessidade alheia.
Pense nisso e, seja você, onde estiver, a criatura especial que faz a grande diferença no Mundo.
Um exemplo para imitar. Um líder para seguir.
Redação do Momento Espírita, com base em fato real.