Uma questão de integridade

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Certa vez, uma revista internacional publicou um artigo a respeito de um jogador de Squash, chamado Reuben Gonzales.

Em um torneio profissional em que, pela primeira vez, tentava a vitória e estava invicto, ao final do jogo, ele fez uma jogada decisiva.

O juiz da partida deu o ponto, aceitando a jogada, afirmando que fora correta.

Gonzales hesitou alguns instantes. Depois, virou-se, cumprimentou o seu adversário e declarou que sua jogada não era válida.

Antes de bater na parede, disse ele, a bola tinha quicado no chão da quadra.

A sua honestidade lhe valeu, como resultado, a perda da partida. Quando deixou a quadra, todos se mostravam surpreendidos com sua atitude.

No número seguinte da mesma revista, o jogador foi matéria de capa. A grande indagação, para a qual ninguém achava uma resposta plausível, era:

Por que ele tivera aquela atitude, não aceitando o ponto ganho?

Como entender uma atitude como aquela em um jogo decisivo, em uma disputa esportiva?

Como um jogador, com tudo a seu favor, uma decisão oficial, a vitória em suas mãos, se desqualifica a si mesmo e perde a partida?

Enquanto tantos discutiam, o artigo era lido por muitos, alguém resolveu perguntar ao próprio Reuben o porquê de tudo aquilo.

A resposta foi curta e serena: Era a única coisa que eu poderia fazer para manter minha integridade.

* * *

Em tempos em que a corrupção anda à solta, nos mais diversos setores, em que muitos homens esqueceram o que é ser íntegro, a atitude do jogador exemplifica a nobreza de caráter.

Quando tantos alardeiam que o melhor é levar vantagem, é enumerar vitórias, não importando a que preço, é importante se pensar a respeito dos verdadeiros valores da vida.

Honra, caráter, integridade são palavras tolas para muitos.

Felizmente, também se encontram, na sociedade, homens e mulheres para quem esses valores são essenciais em suas vidas.

Felizes todos os que assim entendemos. E nos esmeramos em ensinar aos nossos filhos, todos os dias, que mais vale a honra do que um troféu.

Mais vale um salário menor, conseguido com esforço e dedicação do que muito dinheiro, fruto da mentira e da desonestidade.

Melhor uma nota mais baixa na escola, mas fruto do próprio estudo do que louvores indevidos, conseguidos à custa de cola ou outras incorreções.

Não é nova a questão de se optar entre o correto e o incorreto, entre o bem e o mal.

Trata-se de uma decisão pessoal. Mas, como tudo é passageiro na Terra, as glórias mundanas passam rápidas.

E na alma de quem se permitiu a desfaçatez, a mentira e o engodo, fica somente a tristeza de saber que verdadeiramente de seu nada possui.

Pode gozar o corpo, satisfazer-se o prazer, mas a consciência sempre dirá a quem assim procede que tudo o que conquistou não lhe é devido.

Feliz o homem que alcança os louros da vitória por seus méritos e que, sem medo, pode olhar a todos de frente, sem temer acusações da própria consciência.

Pensemos nisso e nos esmeremos em trabalhar o nosso caráter, exemplificando o bem, a verdade, a integridade.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Integridade, de Denis Waitley, do livro Histórias para o coração do homem, de Alice Gray e Al Gray, ed. United Press.