Jennifer Lovehewitt é uma atriz de seriado de televisão e foi convidada para uma festa beneficente, organizada por uma instituição que ajuda crianças portadoras do vírus da aids.
Havia muitas barraquinhas espalhadas pelo pátio da instituição promotora, mas as crianças tinham se aglomerado ao redor de uma em especial.
Jennifer verificou que todas as crianças recebiam pequenos recortes de tecidos que deveriam ser pintados, para depois serem costurados, formando uma colcha.
O objetivo era presentear um dos diretores que tinha dedicado grande parte da sua vida à organização e estava se aposentando.
Potes com as cores mais variadas foram distribuídos, além de pincéis. As crianças pintaram corações cor-de-rosa, nuvens azuis, flores verdes e roxas, um lindo pôr-de-sol alaranjado. Todos os desenhos eram positivos, animadores. Exceto um.
Um menino pintava um coração escuro, vazio, sem vida. No primeiro momento, ela pensou que ele estava usando cor escura, porque talvez tivesse sido a única tinta que sobrara.
Mas, quando ela perguntou a razão, o menino disse que o coração era daquela cor porque o seu próprio coração estava se sentindo escuro.
Tanto ele quanto sua mãe estavam muito doentes e nunca iriam melhorar. Ninguém pode fazer nada para ajudar, terminou dizendo.
A artista se sentou ao seu lado e falou que sentia muito que ele estivesse doente e que podia entender porque ele estava tão triste.
Até podia entender porque ele pintara o coração escuro. Mas, não era verdade que ninguém podia fazer nada. Talvez as pessoas não pudessem curar a ele, nem sua mãe.
Entretanto, algumas coisas podiam ser feitas.
Aprendi, continuou explicando, que dar abraços bem apertados ajuda de verdade quando se está triste. Se você quiser, eu posso lhe dar um abraço.
O menino pulou nos braços dela e tanto deu, quanto recebeu um apertado e longo abraço.
Ele ficou ali, sentado no colo, um bom tempo. Depois desceu para terminar o desenho.
Ele disse que se sentia melhor, mas continuava doente, ninguém iria mudar aquilo. E concluiu a sua pintura escura de um coração vazio e sem vida.
Ela sentiu uma dor aguda por dentro e, triste, se afastou.
No final do dia, Jennifer estava se aprontando para ir para casa quando sentiu que alguém lhe puxava pelo casaco. Quando se virou, o menininho estava ali de pé, com um sorriso no rosto.
Moça, sabe, eu vim lhe dizer que meu coração está mudando de cor. Está ficando mais brilhante. Acho que aqueles abraços apertados funcionam mesmo.
Ela se ajoelhou, para ficar do tamanho dele e trocaram um novo e demorado abraço.
No caminho de casa, ela mesma sentiu que seu próprio coração também tinha mudado para uma cor mais brilhante.
***
O amor tem capacidade transformadora. O sorriso, o abraço, um momento de atenção traduzem valiosas manifestações do amor e onde quer que se apresentem, transformam a dor em esperança, a solidão em conforto.
O amor acende luz na escuridão das vidas em desalento e transforma a terra árida dos corações em jardim ou pomar.
Quando a criatura ama com profundidade real, esquece-se si mesma e seu amor tem a capacidade de libertar as vidas, porque o amor é a força do bem inteiramente livre e saudavelmente direcionada.
Equipe de Redação do Momento espírita, com base no cap. Coração brilhante, de Jennifer Lovehewitt, da obra Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante e cap. 21 da obra Perfis da Vida, do Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Franco, ed. Leal.