A Terra é uma grande escola, na qual os homens são matriculados pela divindade, a fim de que aprendam a viver.
Mas o aprendizado sempre exige algum esforço para efetivar-se.
Nos colégios da Terra, o aluno não aprende a lição a menos que dedique algumas horas ao estudo.
Também na esfera profissional toda nova tarefa demanda alguma dedicação, até ser desempenhada a contento.
No contexto maior da vida, a situação não é diferente.
Somos chamados ao burilamento de nosso ser, mediante o enfrentamento de inúmeras situações.
As dificuldades são inerentes a nossa posição de aprendizes.
Se já fôssemos mestres na arte de viver, à semelhança de Jesus, tudo nos seria fácil.
O Amigo divino é nosso maior exemplo de alguém que sabe viver.
Ele transitou entre seres rudes e cruéis, mas não gastou seu tempo em contendas.
Ao invés de isolar-se das criaturas, amou-as ternamente.
Acolheu os equivocados, embora não aprovasse seus equívocos.
Jesus foi doação, trabalho, compreensão e perdão, em todas as circunstâncias.
Ele jamais titubeou em sua condição de mestre.
O Cristo é o modelo que nos foi enviado por Deus.
A distância que separa nosso comportamento do dele bem evidencia o longo caminho que temos a percorrer.
É justamente a ignorância que nos dificulta o viver.
Afinal, para quem já domina determinado assunto, este parece fácil, ainda que guarde grande complexidade.
Esse raciocínio demonstra o papel que as dificuldades cumprem em nossa vida.
Elas constituem nossos desafios, revelam as lições que necessitamos aprender.
Por vezes revestem-se de caráter aflitivo, justamente para nos incitar ao esforço necessário para vencê-las.
Desse modo, fica claro que a principal causa das aflições que nos atingem, reside em nosso estado de ignorância.
Essa ignorância tanto se traduz pela falta de conhecimento, como pela má vontade de viver o que sabemos ser correto.
Quando nos esclarecermos, quando formos plenos de virtudes, não mais necessitaremos de experiências dolorosas.
Na verdade, as falhas morais das criaturas constituem a origem imediata da maioria absoluta de suas dores.
Não são raros os protestos contra a providência divina, quando o próprio sofredor deu causa as suas agruras.
Muitas enfermidades decorrem da falta de equilíbrio no beber e no comer.
Quantos pais reclamam dos filhos, mas não gastaram tempo orientando os próprios rebentos.
Inúmeras pessoas entregam-se ao vício da maledicência e depois se surpreendem por conviver com desafetos.
Há quem reclame pela ausência de carinho no núcleo familiar, mas jamais se preocupou em estreitar laços de afeto com os seus.
Incontáveis gastam seus recursos com futilidades e depois reclamam da falta de dinheiro.
Outros não se dispõem ao estudo e se afirmam injustiçados, por falta de oportunidades na vida.
Em tudo isso vê-se a presença de inúmeros vícios que infelicitam a humanidade.
O homem sensato e operoso, por certo enfrenta menores obstáculos do que o leviano.
É impossível colher uvas de espinheiros.
Quem não joga boas sementes no solo da vida não pode reclamar pela ausência de boa colheita.
Assim, é importante refletir sobre a forma como estamos gastando nosso tempo na terra.
Demonstramos esforço sincero no aprendizado do ofício de viver ou parecemos crianças teimosas, clamando por corrigenda?
Se queremos paz, se desejamos a libertação do sofrimento, não há muitas alternativas.
Somente o abandono da ignorância e dos vícios, pela vontade firme de conquistar virtudes, possui o condão de nos libertar.
Pensemos nisso.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.