A onda crescente de delinqüência que se espalha por toda a Terra assume proporções catastróficas, imprevisíveis, exigindo de todos os homens honestos e lúcidos muitas reflexões.
Irrompendo, intempestivamente, faz-se avassaladora, em vigoroso testemunho de barbárie, qual se a loucura se abatesse sobre as mentes, em particular junto à inexperiente juventude, em proporções inimagináveis e aflitivas.
Sociólogos, educadores, psicólogos e religiosos, preocupados com a expressiva quantidade de delinqüentes de toda sorte, especialmente os perversos e violentos, aprofundam pesquisas, improvisam soluções, experimentam métodos mal elaborados.
Precipitadamente oferecem sugestões que triunfam por um dia e sucumbem no dia imediato, tudo prosseguindo como antes, senão mais turbulento, mais inquietador.
Enquanto a delinqüência estava quase que só entre os jovens das classes sociais menos aquinhoadas, era atribuída à falta de recursos financeiros e de educação.
Mas hoje, a mídia tem divulgado inúmeros casos de perversidade e violência praticados por jovens que pertencem a famílias abastadas. O que afasta a hipótese de falta de dinheiro ou de instrução.
Tudo isso nos leva a crer que a linhagem social e a tradição não são obstáculos à manifestação da delinqüência, uma vez que dentro dessas famílias os exemplos nem sempre são salutares.
Percebe-se, no seio das famílias ditas tradicionais, a inversão de valores, a corrupção dos costumes, o desprezo às leis, a imposição dos caprichos pessoais em detrimento da justiça, e assim por diante.
Ainda na mesma linha de raciocínio, percebe-se pais que transferem a educação a terceiros, porque não têm tempo para dedicar à prole, uma vez que precisam dedicar as horas aos compromissos sociais.
Não se dão conta, esses pais, que pela vivência estabelecem diretrizes de comportamento aos filhos, de cujas ações não podem se queixar mais tarde.
Ademais, devemos considerar que a leviandade de mestres e educadores imaturos, não habilitados moralmente para os relevantes misteres de preparação das mentes e caracteres em formação, contribui, igualmente, com larga quota de responsabilidade no capítulo da delinqüência juvenil, da agressividade e da violência vigentes.
Devemos considerar ainda, que se quisermos eliminar o problema da perversidade e da violência da nossa sociedade, será preciso mais que medidas punitivas.
Será preciso reformular conceitos, repensar valores, reformar a intimidade, e adotar a doutrina cristã como diretriz segura, para os nossos passos.
Ensinar à criança e ao jovem a valorização e o respeito pela vida, através do próprio exemplo.
E, por fim, apresentar Jesus aos nossos filhos. Apresentá-Lo como Modelo e Guia da Humanidade, como Psicoterapeuta ideal que nos conduzirá a Deus, porque conhece o caminho.
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O homem iluminado interiormente pela flama cristã da certeza quanto à sobrevivência do Espírito ao túmulo e da sua antecedência ao berço, sabendo-se herdeiro de si mesmo, modifica-se.
Modificando-se, muda o meio onde vive, transformando a comunidade que deixa de a ele se impor para dele receber a contribuição expressiva e retificadora.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7 do livro Após a tempestade, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco, ed. Leal.