Estradas, atalhos, caminhos, que sempre convidam para caminhar...
É bom arrumar sempre a mala e deixá-la na sala, perto do sofá.
A dor de quem parte é a dor de ver o seu amor esperando no cais; a dor de quem fica é a dor de ver o seu amor acenando pra trás...
Nos versos do compositor encontramos algumas verdades que nos convidam a pensar sobre esse assunto tão importante para todos nós, que é a morte.
Sim, inevitavelmente chegará a hora da partida.
E como ninguém sabe o momento que terá que partir, é importante deixar a mala sempre bem arrumada, para não ter do que se lamentar depois.
Mas, afinal, o que significa arrumar a mala?
Certamente não levaremos roupas, jóias, livros, dinheiro e outras coisas materiais. Mas, então, o que arrumar?
Talvez fosse interessante começar pelos relacionamentos, compromissos e deveres.
Nesse sentido, arrumar a mala é arrumar a vida espiritual.
Como estão os compromissos assumidos? Você está dando conta de todos, ou tem muita coisa pendente?
E os relacionamentos, como vão?
Alguém guarda mágoa de você? Não importa se com ou sem razão, vale a pena desfazer esse nó.
Você sente ódio de alguém? Aproveite o momento e resolva isso. Não deixe essa pendência lhe tirar a paz, logo mais.
Se você tiver que partir de repente, isso estará solucionado, e sua mala estará mais leve.
Como está com relação aos estudos?
Tem aproveitado os dias para iluminar a razão?
Enquanto tem tempo, use-o para adicionar a riqueza do conhecimento à sua bagagem. O conhecimento jamais se perde e você poderá fazer uso dele a qualquer momento.
E o relacionamento com os filhos, pais, irmãos, amigos, vai bem?
Não ficará nenhum abraço a ser dado, nenhum pedido de desculpas pendente, nenhuma atenção desdenhada?
As pendências não permitem que a mala se feche adequadamente, e isso pode causar fortes sofrimentos para ambos os lados...
E a saúde, como está?
Você tem cuidado do seu veículo físico como deve?
Não permita que o descuido lhe arrebate do corpo antes do tempo. Isso lhe traria sérios dissabores.
Assim, arrumar a mala quer dizer retirar da bagagem espiritual as mágoas, os rancores, a inveja, os ciúmes, os ódios, e outros detritos que pesam sobre a economia moral.
É buscar resolver todas as questões que nos tiram a paz. É desenvolver laços de verdadeira fraternidade com aqueles que nos rodeiam.
Os sentimentos infelizes que agasalhamos na alma, contra alguém, nos vinculam a esse alguém, nesta vida ou no além, perturbando-nos e infelicitando-nos.
Já os conhecimentos, as virtudes e os laços de afeto são excelentes contribuições para a conquista da felicidade.
Consideremos que o simples fato de viajar para o mundo espiritual não nos liberta das nossas mazelas e não nos retira as virtudes já conquistadas.
Somos, aqui ou no além-túmulo, herdeiros de nós mesmos.
Por isso é de suma importância termos a devida atenção para com a nossa bagagem espiritual.
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Viver com sabedoria é não deixar o que pode ser resolvido hoje, para resolver num amanhã incerto...
Pense nisso, e procure deixar a sua mala sempre em ordem, para o caso de precisar partir sem ao menos poder dizer "até logo"...
Redação do Momento Espírita, com base na canção intitulada Estrela do coração, de Ricardo Ribeiro, do CD Viajores do tempo.