Em se observando a enorme diversidade dos animais, descobre-se como o Pai Criador foi pródigo em tudo providenciar ao homem.
Os animais o vestem com suas peles, o alimentam com seus ovos, seu leite, sua carne. Aquecem-no com suas penas e lã.
Com alegria, lhe deliciam os ouvidos tecendo sinfonias nos ramos das árvores ou aprisionados em gaiolas douradas.
Retribuem as carícias com fidelidade extremada, até o sacrifício da própria vida.
Em uma palavra, servem a Humanidade. E o que tem feito o homem pelos animais?
Basta se viaje e nas rodovias se encontram à venda várias aves, especialmente periquitos e papagaios, recém retirados do seu habitat.
Repousam ali, sobre varas improvisadas, de asas cortadas para não alçarem vôo.
Se a necessidade ou a ignorância de quem as retira da mata pode ser entendida, como se desculpar o homem que passa no seu carro, a negócios ou a passeio, que pára e adquire o espécime?
Para quê? Para servir de brinquedo ao filho? Por quanto tempo? Para servir de adorno?
Logo, o bichinho está relegado a um canto, triste. Morre cedo, na maioria das vezes, porque longe da liberdade da sua mata, quando não por doenças que contrai pela alimentação inadequada que recebe.
De outras vezes, descobre-se nos centros urbanos, junto a piscinas improvisadas ou nos jardins, tartarugas e cágados.
Também retirados pequenos do seu local de origem, fazem a alegria da criançada... Por algum tempo.
Até crescerem tanto que deixam de ser engraçadinhos. Alimentados de forma incorreta, têm os seus cascos amolecidos e acabam sendo entregues, quando o são, a zoológicos da cidade.
Para que tirá-los da condição de liberdade?
Tudo isso demonstra a crueldade do ser humano. Crueldade que é fruto do seu egoísmo e do pouco valor que dá à vida.
Já se viu, muitas vezes, burros e mulas com os ossos à mostra, carregando fardos pesadíssimos. E ainda recebendo chicotadas. Fome, trabalho excessivo, maus tratos.
Patos e suínos confinados em espaços mínimos, em especial regime de engorda. Prisioneiros, para acelerar a hora de serem levados ao mercado consumidor ou produzirem a melhor iguaria para sofisticados pratos.
Onde o respeito à vida, à natureza, ao ser inferior?
Conscientizemo-nos de que somente alcançaremos a felicidade, quando não venhamos a distribuir o mal, seja para a Terra que nos agasalha, seja para os seres que a habitam.
Porque em síntese, toda agressão à natureza redunda em prejuízo para quem a pratica.
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Carl Sagan, astrônomo americano, disse que se fôssemos visitados por um viajante espacial que examinasse nosso planeta, ele possivelmente concluiria que não há vida inteligente na Terra.
É que o hipotético viajante iria logo descobrir que os organismos dominantes da Terra estão destruindo suas fontes de vida.
A camada de ozônio, as florestas tropicais, o solo fértil, tudo sofrendo constantes ataques.
Redação do Momento Espírita, com base em artigo publicado na Revista Veja de 27.03.1996.