Conta-se que um alpinista, desejoso de superar mais e mais desafios, resolveu, depois de muitos anos de preparação, escalar o pico mais alto da América do sul: o Aconcágua.
E porque queria a glória só para si, decidiu fazer a escalada sozinho, sem nenhum companheiro.
No dia marcado lá estava ele ao pé da cordilheira dos Andes, onde iniciaria a difícil subida.
O que ele não esperava era que a neblina lhe dificultasse a marcha, mas isso foi inevitável.
E como o alpinista não tinha se preparado para acampar, foi subindo, com a disposição de alcançar o topo. Foi ficando cada vez mais tarde até que escureceu completamente. Não se via absolutamente nada. Não havia lua nem estrelas, só a escuridão como o breu.
Quando o alpinista estava há apenas cem metros do topo, pisou numa pedra falsa, escorregou e caiu... Foi caindo numa velocidade vertiginosa e nada mais enxergava do que a escuridão à sua volta.
Sentia uma terrível sensação de estar sendo sugado pela força da gravidade.
Continuou caindo até que sentiu um puxão forte que quase o partiu pela metade...
Como todo alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com grampos, e amarrado uma corda comprida na cintura.
Naqueles momentos de silêncio, suspenso no ar, em completa escuridão, pensou em Deus e resolveu lhe pedir ajuda.
Oh, meu Deus, me ajude!
De repente, ouviu uma voz grave e profunda que parecia lhe falar nas profundezas da alma: o que você quer de mim, meu filho?
Salve-me por favor, respondeu mentalmente.
E a voz insistiu: você acredita mesmo que eu possa lhe salvar?
Eu tenho certeza, meu Deus. Falou o alpinista desesperado.
Então corte a corda que o mantém pendurado, recomendou a voz.
O homem ficou por um momento em silêncio e depois se agarrou à corda com todas as suas forças.
Conta, a equipe de resgate, que no outro dia o alpinista foi encontrado morto, congelado, agarrado com as duas mãos na corda que o mantinha suspenso, há apenas dois metros do chão...
O que ocasionou a falta de fé daquele alpinista, foi a falta de visão.
Se o sol estivesse clareando à sua volta, ele perceberia que cortando a corda estaria a salvo, mas isso não aconteceu.
Comparando a claridade do sol com a luz do conhecimento, entenderemos porque a nossa fé é ainda vacilante.
Quando iluminamos a fé com a luz da razão, ela se torna tão firme que nada nem ninguém nos poderá tirá-la.
E se é balizada pelo conhecimento se torna capaz de transportar montanhas e remover qualquer obstáculo, porque deixa de ser uma crença vaga, para ser uma convicção inabalável.
Assim, quando buscamos estudar e compreender as leis que regem a vida, como a imortalidade da alma, por exemplo, adquirimos uma segurança tão firme que nem a morte do corpo físico nos abala, por termos a certeza de que apenas saímos do corpo, sem sair da vida.
***
Graças à fé inabalável na vida após a morte, foi que os primeiros cristãos se entregaram ao martírio louvando a Deus em cânticos de gratidão...
Foi pela confiança integral no pai, que Jesus se entregou totalmente ao sacrifício, sem mágoa nem culpa, de modo a ensinar-nos que a fé é a ponte divina por onde transitaremos de nossa pequenez na direção da liberdade total e grandiosa, em nossa escalada para Deus.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada.