Um canto de paz

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Foi no dia 4 de abril de 1968, na cidade de Memphis, Tennessee, que o pacifista e prêmio Nobel da paz de 1964, Martin Luther King Jr foi assassinado por um desconhecido.

Desejaram calar a voz. Mas os registros dos seus discursos ainda ressoam em nossos ouvidos: "não digam que sou um prêmio Nobel. Isso não tem importância.

Digam que fui o porta-voz da justiça. Digam que procurei dar amor, que procurei amar e servir a humanidade."

Seu ideal era a paz. E as palavras do seu sermão de natal de 1967, valem hoje, para o nosso mundo cheio de guerras, violência e egoísmo.

Disse ele: "se quisermos ter paz na terra e boa vontade para com os homens, devemos afirmar, de modo pacífico, a condição sagrada de todas as vidas humanas. Todo homem é alguém, porque é um filho de Deus."

Por isso, quando dizemos "não matarás", queremos dizer que a vida humana é demasiado sagrada para ser perdida nos campos de batalha deste mundo.

O homem é mais do que um diminuto capricho dos eléctrons ou um pouco de fumaça de um incêndio sem fim. O homem é uma criatura de Deus e deve, por conseguinte, ser respeitado como tal.

Enquanto os homens não perceberem isso, enquanto as nações não compreenderem isto, teremos guerras.

Em Cristo não há nem juDeus nem pagãos. Em Cristo não há nem homens nem mulheres. Em Cristo, não há escravos nem livres. Somos todos um, em Jesus Cristo.

E, quando acreditarmos realmente, no caráter sagrado da personalidade humana, não exploraremos os outros, não espezinharemos os outros com os pés ferrados da opressão, não mataremos ninguém.

O amor é compreensão, boa vontade ativa e redentora para com todos os homens. E eu acho que a nossa luta em prol da justiça racial é baseada nessa espécie de amor.

Não podemos jamais desistir. Não podemos nunca contemporizar na nossa determinação de remover todos os vestígios de segregação e discriminação do nosso país, mas tampouco podemos abrir mão do nosso privilégio de amar.

Tenho visto muito ódio para querer odiar. O ódio é um fardo demasiado grande para se suportar. Temos de poder dizer aos nossos mais fanáticos opositores: enfrentaremos a sua força física com a nossa força moral. Fazei o que quiserdes, e continuaremos a amar-vos.

Não podemos, em boa consciência, obedecer as vossas leis injustas e acatar o vosso injusto sistema, porque a não-cooperação com o mal é tanto uma obrigação moral quanto a cooperação com o bem. Mas jogai-nos numa prisão, que nós ainda vos amaremos.

Bombardeai as nossas casas, ameaçai os nossos filhos e, embora seja difícil, nós ainda vos amaremos. Mas ficai certos de que a nossa capacidade de sofrer triunfará, e um dia conquistaremos a nossa liberdade.

Não só conquistaremos a liberdade para nós, mas apelaremos de tal maneira ao vosso coração e à vossa consciência, que também vos conquistaremos e a nossa vitória será dupla.

Se quisermos que haja paz na terra e boa vontade para com todos os homens, teremos que acreditar na moralidade do universo e de crer que toda a realidade se baseia em alicerces morais.

Cristo veio ao mundo para nos mostrar o caminho. Enquanto continuamos à espera de paz na terra e boa vontade para com os homens, saibamos que temos companhia cósmica.

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Perante Deus são iguais todos os homens. Todos nascem igualmente fracos, se acham submetidos às mesmas dores e às mesmas leis da natureza.

A nenhum homem, Deus concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte. Todos, aos seus olhos, são iguais e todos têm uma única finalidade: atingir a perfeição.

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir do sermão de Natal de 1967 de Martin Luther King, Jr, conforme a obra "O grito da consciência" e da pergunta nº 803 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.