Livraria 18 de Abril

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O servidor medroso

   

A parábola dos talentos é uma das mais conhecidas dentre as contadas por Jesus.

Segundo ela, um senhor que se ausentaria em viagem chamou seus servidores e lhes confiou seus bens.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro deu um.

Ao retornar de sua viagem, chamou os servidores para uma prestação de contas.

Os dois primeiros tinham multiplicado os talentos recebidos.

O senhor ficou satisfeito com sua fidelidade e prometeu lhes confiar mais coisas.

Entretanto, o terceiro limitou-se a enterrar o tesouro recebido.

Ao falar com o senhor, disse estar ciente da severidade dele e de que ele colhia onde nada semeara.

Por medo, não agira para multiplicar o talento que lhe fora confiado.

O senhor determinou que lhe tirassem o recurso que restara inútil em suas mãos.

É interessante observar a postura desse último servidor.

Por medo, ficou inerte.

Entendeu melhor enterrar seu talento do que se arriscar a cometer algum erro.

Terminou por perdê-lo de qualquer modo, tanto que foi entregue ao que já tinha dez talentos.

São inúmeras as leituras que se podem fazer dessa parábola.

Uma delas é que esses talentos representam os variados dons e recursos de que os homens são dotados.

A Providência Divina lhes faculta acesso a tesouros de inefável valor.

Pode ser a riqueza material, o dom da palavra, a vocação para as artes, para a maternidade, a medicina, o magistério.

Antes de retomar nova existência, renascendo, cada Espírito elabora, em linhas gerais, uma programação de vida.

Na existência terrena, lentamente os meios para cumprir o acordado e fazer o bem lhe chegam às mãos.

Nem sempre a criatura é feliz em suas opções.

São frequentes os êxitos parciais e mesmo os fracassos.

Como são imperfeitos e vivem para aprender, não é raro que homens se equivoquem.

Apenas é necessário tentar de verdade.

Dos equívocos surge a experiência, que facilitará o acerto mais tarde.

Nesse contexto, torna-se evidente o grave equívoco do servidor medroso.

Ele não se permitiu errar no empenho de acertar e ser útil.

Terminou por perder tudo sem ter auferido sequer a experiência oriunda da tentativa.

Convém refletir sobre isso sempre que surgir o desejo de desistir antes mesmo de tentar.

A prudência é uma virtude que mensura a eficiência dos meios de que se dispõe para a realização dos objetivos.

Se ela aponta alguma deficiência, esta deve ser trabalhada.

Entretanto, o medo é um péssimo conselheiro de vida.

Ele pode colocar a perder oportunidades valiosas de aprendizado e progresso.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita