Livraria 18 de Abril

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Água viva

   

O Evangelho segundo João narra uma intrigante passagem da vida do Cristo.

O Mestre Divino, ao passar pela Samaria, assentou-Se junto à fonte de Jacó.

Pediu a uma mulher que lá estava que Lhe desse de beber.

A samaritana ficou escandalizada por um judeu lhe dirigir a palavra.

Jesus respondeu que, se soubesse com quem falava, ela é que Lhe pediria água viva.

Ante a incompreensão da interlocutora, ressaltou que quem bebe da água viva nunca mais tem sede.

Segundo a narrativa, a mulher ainda demonstrou dúvida a respeito de qual local seria o melhor para adorar a Deus ao que o Cristo lhe respondeu que Deus deve ser adorado em Espírito e Verdade.

Essa passagem evangélica é um tanto hermética e comporta várias leituras.

Uma delas é que a água viva refere-se a uma nova forma de compreensão da Divindade.

Até então, vigorava a idéia de um Deus dos exércitos, que precisava ser temido.

Segundo a concepção vigorante, Ele se encolerizava, castigava terrivelmente e devia ser agradado e aplacado.

Jesus apresentou ao mundo um Deus amoroso, ao qual chamou Pai.

Não se tinha mais um soberano terrível no comando do Universo.

Agora já havia um Pai cheio de amor e infinito em Seus cuidados.

Essa sagrada emoção do amor Divino possui o condão de repletar as criaturas de paz.

As necessidades e agruras materiais passam a ser vistas por outra concepção.

Elas não são mais um castigo, mas uma tarefa e uma oportunidade.

A Divindade piedosa e cheia de compaixão deseja que o bem se instaure no Cosmo.

Ela almeja a transformação de Seus filhos e a salvação de absolutamente todos.

Para tanto, faculta-lhes trabalhos e tarefas, a fim de que cresçam, aprendam e se libertem de velhos vícios.

Não há mais espaço para disputas religiosas, a partir do instante em que se compreende a proposta Divina para a Humanidade.

Não há favoritos e nem perseguidos, mas filhos amados.

Todos são irmãos e absolutamente todos se salvarão.

A certeza desse maravilhoso amor a aquecer a Criação inteira traz paz e esperança.

Não é mais preciso temer o futuro e o destino.

Tudo se encaminha para o mais alto bem, ainda que de forma pouco compreensível no imediatismo da vida terrena.

O relevante é amar o semelhante e instruir-se na compreensão da vida, a fim de ser um agente do progresso que gradualmente se instaura.

Trata-se de uma água viva, plena de fervor e idealismo.

Ela propicia o apagar das paixões e o arrefecer do egoísmo.

Faz cessar para sempre a sede de sensações.

Apresenta um propósito de vida viável e plenificador: ser melhor, mais útil e generoso a cada dia.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.