Livraria 18 de Abril

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Mágoa sem razão

   

Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e seu comportamento eram uma decepção para seus pais que, como a maioria, sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido.

Um belo dia, o pai lhe propôs um acordo: se você, meu filho, mudar seu comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir entrar para a Universidade de Medicina, lhe darei um carro de presente.

Por causa do carro o rapaz mudou totalmente de atitude. Passou a estudar como nunca e a se comportar muito bem.

O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação: sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas pelo interesse em obter o automóvel, e isso era ruim!

Assim, o grande dia chegou. Fora aprovado para o curso de medicina. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel.

Mas, quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou as mãos uma caixa de presente.

Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Mas para sua surpresa era uma bíblia.

O rapaz, visivelmente decepcionado, nada disse. E a partir daquele dia o silêncio e a distância separavam pai e filho.

O jovem se sentia traído e agora lutava para ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no campus da universidade. Raramente mandava notícias para a família.

O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços afetivos foram em vão.

Os anos rolaram até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu, vindo a falecer.

No enterro a mãe entregou ao filho indiferente, a bíblia que tinha sido o último presente do pai e que havia sido deixada para trás.

De volta a sua casa o rapaz, que nunca perdoara o pai, ao colocar o livro numa estante notou que entre as suas páginas havia um envelope.

Abriu-o e encontrou uma carta, e dentro dela, um cheque. A carta dizia: "meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para que você escolha aquele carro que mais lhe agradar.

No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: a bíblia, pois nela aprenderá o amor de Deus pelas suas criaturas e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência".

Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto...

Pense nisso!

O perdão incondicional é uma das mais sublimes virtudes que os seres podem almejar.

Quem perdoa sempre, não corre o risco de arrepender-se mais tarde por ter alimentado tanto tempo uma mágoa sem razão.

Por isso é que devemos ter sempre em mente a recomendação do mestre Jesus: "perdoar setenta vezes sete", isto é: perdoar sempre.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita