Livraria 18 de Abril

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Contar as bençãos

   

A natureza, caprichosa artesã, jamais repete um alvorecer ou um pôr de sol.

A cada amanhecer o céu se veste com cores e tons diferentes.

Há manhãs de sol e de muita luz, que nos convidam a despertar sorrindo.

Há manhãs cinzentas, em que nuvens escuras e densas cobrem sem piedade os raios dourados do sol.

Há tardes em que o poente assume cores que nem mesmo os mais criativos pintores jamais arriscaram usar em seus trabalhos.

Há poentes em que a garoa fina domina a paisagem, ocultando, em meio à bruma, até mesmo as árvores mais próximas.

Há noites sem luar, quando as sombras invadem nosso olhar e as estrelas distantes parecem senhoras de um brilho ainda mais intenso.

Há dias de sol e há dias de chuva.

Assim também são os momentos de nossas vidas.

Nenhum minuto repete minutos anteriores.

Nenhum dia é igual a outro que já vivemos, tampouco será idêntico a algum que ainda vamos viver.

A vida é feita de experiências únicas que, somadas, criam o arcabouço de nossa história.

Há momentos de alegria e momentos de dor.

Há conquistas que nos felicitam.

Há perdas que nos dilaceram.

Tudo que vivemos e aprendemos integra nossas existências e forma o ser que somos ou que um dia seremos.

É evidente que nem todos os momentos são fáceis.

Há dificuldades que nos parecem intransponíveis e dores infinitas.

Nesses momentos o desalento deita sobre nós o peso do sofrimento e da angústia.

Curvamo-nos, incapazes de olhar o horizonte, e só vislumbramos as pedras do caminho.

Não somos capazes de perceber a luz do sol que brilha acima das nuvens.

Tampouco notamos a beleza das flores que emolduram a nossa estrada.

Nessas ocasiões, lembremo-nos de contar as bênçãos recebidas.

Enumeremos as dádivas que iluminam nossos dias.

São tantas!

O corpo físico, instrumento bendito que nos possibilita mais essa jornada terrestre;

A família, composta por amores do passado e do presente, oportunizando-nos reconciliação e crescimento conjunto;

Os amigos, presenças que nos fortalecem e animam nas mais variadas situações;

O trabalho, fonte de recursos materiais a sustentar-nos e engrandecer-nos;

A mensagem do Cristo, guiando nossos passos por trilhas de luz, consolando-nos sempre.

A natureza exuberante, prova inequívoca da existência e da presença de Deus em nossos dias.

Pense nisso!

Não deixe que as adversidades ocultem de seus olhos as bênçãos que a vida lhe concede.

Se a saúde lhe falta, se os amores se afastaram, ou se os recursos materiais se mostram escassos, não se entregue ao desespero.

São apenas dias de chuva a preceder manhãs de sol.

São situações passageiras e necessárias para o aprendizado do espírito.

Valorize o que de bom você já conquistou.

As verdadeiras riquezas não são consumíveis pelo tempo, nem podem ser corroídas pela inveja alheia.

Ao contrário, elas integram e integrarão, para sempre, a essência de cada ser, completando-o.

Conte as bênçãos que já lhe chegaram às mãos e que hão de fazer eternamente parte da sua existência imortal.

Levante os olhos, seque as lágrimas e prossiga sempre.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.