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Comentários

Mensagem: A opção ideal

 

 umaa lindaa mensagem mesmo!!! quer dizer que nem sempre devemos ficar cm uma pessoa por beleza se encontrar a beleza interior que existe delaaa eisso devemo valorizar mais pessoa que nos amam!! - NALVINHA

 

 muitas vezes podemos tomar como exemplo para nós certas atituldes que lemos neste texto, mas devemos lutar contra nosso proprio eu e deixarmos de ser igual ao camaleão, que muda de cor dependendo do local nde esteja, que possamos ser humano em todos os locais escolhendo a "opção ideal". - JOSEVANDO SILVA

 

 fico imaginando a tristeza daquele jovem, se aquela mulher continuasse bruxa, que pena!!! certamente não experimentaria a beleza interior... pois essa beleza infelizmente está muito ligada a beleza exterior.. e em nossos dias, o preconceito, o desamor, o desrespeito, está diretamente ligado a todos os sentimentos e principalmente á relação e a opção em estar com o outro. cabe a nós termos essa autonomia e fazermos nossa opção respeitando o outro e sobretudo a beleza interior de cada um... isso é autonomia? a mensagem é reflexiva. muito boa. - TEREZA MARIA

 

 um dos temas recorrentes da literatura de autoria feminina contemporânea é o questionamento das condutas e comportamentos femininos em relação aos mandatos patriarcais. 1. o que querem as mulheres? a pergunta que se faz, reiteradamente, em relação às mulheres e que denuncia um misto de incompreensão, por um lado e de impaciência ou mesmo intolerância por outro, tem sido formulada numa equação já conhecida e que se populariza mais e mais: afinal, o que querem as mulheres? ou, o que quer uma mulher? a pergunta atribuída originalmente a freud, não lhe pertence de forma única e exclusiva. foi ele quem perguntou a maria bonaparte: [...] "a grande pergunta [...] (lélia almeida) para a qual não encontro resposta apesar dos meus trinta anos de estudo da alma feminina é a seguinte: o que quer uma mulher?" (p.24). [...] (paulo) também não encontro resposta nestes trintas anos de relacionamento com o universo feminino. posteriormente, referindo-se ao pouco conhecimento que se tem da vida sexual da menina, em relação à vida sexual do menino observa que [...] “que não nos envergonhe esta diferença; com efeito, inclusive a vida sexual da mulher adulta continua um continente desconhecido (dark continent) para a psicologia.” (p. 25) mesmo que o texto seja de 1926, a atualidade da pergunta permanece, nas mais diversas áreas, o que reforça a idéia da existência de uma permanente insatisfação e indecisão por parte das mulheres, típica de quem não sabe o que quer. ma antes de freud, geoffrey chaucer no clássico texto os contos da cantuária, composto entre os anos de 1386 e 1453, há, portanto, seiscentos anos atrás, já elaborara a insistente pergunta. o texto de chaucer narra a história de vinte e nove peregrinos que saem de londres para a cidade da cantuária, para uma visita piedosa ao túmulo de santo tomás beckett. para que os peregrinos se distraiam e tornem a viagem mais amena, o taberneiro sugere que cada um dos peregrinos conte duas histórias na ida e duas histórias na volta, e que a melhor história será por ele premiada com um lauto jantar. o conjunto dos peregrinos, que retrata num amplo painel da sociedade medieval, está composto por tipos variados, homens e mulheres de diferentes ofícios e originários dos diferentes extratos sociais. participa deste grupo uma exuberante e alegre viúva, grande conhecedora do comércio de telas e tecidos, figura peculiar na própria narrativa, a mulher de bath que, posteriormente, viemos a saber que se chama alice. citações destes contos proliferam na internet em mensagens de auto-ajuda e mensagens espíritas... no prólogo ao conto que vai ser narrado, a mulher de bath conta a história de seus cinco maridos, suas estratégias e contendas com cada um deles e apresenta uma receita para ela infalível para garantir um bom comportamento. o êxito de um bom casamento depende do fato de que as mulheres devem manter o comando nesta relação. isto dito, a mulher de bath inicia o seu relato. um jovem ardoroso e solteiro da corte do rei artur, praticando cetraria no meio da floresta, encontra uma jovem donzela e num impulso violento a possui, arrebatando-lhe a virgindade. o episódio, que chega ao conhecimento do monarca, deve ser punido, e o jovem deverá morrer decapitado. dado o veredicto, estando o jovem desesperado, intervém a rainha para salvá-lo. ela, entretanto, impõe uma condição: ele deverá, ao cabo de um ano e um dia, voltar à corte e entregar-se, e só seria poupado se fosse capaz de responder à enigmática pergunta sobre o que é que as mulheres mais desejam. a rainha explica que é necessária uma resposta satisfatória a esta questão, caso contrário o jovem morrerá. passado o prazo, depois de perambular por diversos caminhos, o jovem não encontra nenhuma explicação satisfatória: para uns o que as mulheres mais desejam é casar, para outros, belas roupas e adornos, cortesia e adulação masculina, ou ainda o desejo de ser livres e fazer o que bem se entende. o jovem desesperado, já no caminho de volta, sabe que não traz uma resposta satisfatória e teme por sua vida. encontra na floresta uma megera que oferece sua ajuda e sabedoria, em troca ele deverá realizar também um desejo dela. consultada sobre o tema em questão, os misteriosos desejos femininos, a megera sussurra-lhe a resposta em segredo e ele parte ao encontro da rainha. certo do valor da resposta da megera o jovem responde com segurança à rainha [...] "majestade, de modo geral", disse ele, "o que as mulheres mais ambicionam é mandar no marido, ou dominar o amante, impondo ao homem a sua sujeição. ainda que me mate, digo que é esse o seu maior desejo. vossa majestade agora pode fazer comigo o que quiser: estou a seu dispor" (p. 153). o jovem é então absolvido pela rainha e pelo conjunto das mulheres presentes que aceitam a resposta como correta e satisfatória. neste momento a megera entra em cena e pede à rainha que a justiça seja feita já que fora ela quem tinha dado a resposta certa ao rapaz. e pede que o rapaz se case com ela, com o que a rainha e o rapaz concordam. o jovem chora sua desgraça e parte com a megera, ela, no entanto, faz com que ele pense nos valores verdadeiros e da superficialidade das aparências. pergunta-lhe o que ele prefere: que ela seja uma mulher feia e velha, mas submissa e fiel ou que ela seja jovem e atraente, mas que receba, eventualmente, visitas em sua casa. o jovem resignado diz que confia na sabedoria da megera e que, certamente, ela poderá escolher o melhor para eles. com esta ponderação ela o faz reconhecer que, se ela pode escolher, ele está concordando com o fato de que é ela quem deve mandar. o jovem concorda, a megera o beija e ela se transforma numa jovem deslumbrante, reiterando assim a tese do prólogo ao conto da mulher de bath. a de que a felicidade e o êxito no matrimônio dependem da obediência do marido às suas mulheres: [...] "que jesus cristo mande a nós também maridos dóceis, jovens e fogosos na cama... e a graça de podermos sobreviver a eles! e, por outro lado, encurte a vida dos homens que não se deixam dominar por suas mulheres, e que são velhos, ranzinas e avarentos... para esses pestes que deus envie a peste!" (p.156) para chaucer, portanto, através das personagens femininas a quem ele dá voz, as mulheres querem mandar nos homens, querem mandar nos maridos, as mulheres querem o poder, o que as mulheres querem é, pura e simplesmente, mandar. não há muitos mistérios. longe, no entanto, das projeções destes dois senhores, freud e chaucer, sobre os desejos femininos, há, certamente, uma maneira mais eficiente de conhecermos os misteriosos desejos femininos, chamados sempre, direta ou indiretamente, de enigmáticos, incompreensíveis ou descabidos. perguntar às mulheres mesmas ainda seria a melhor maneira de sabermos a resposta. o que mais desejam as mulheres, o que mais desejam as mulheres destes tempos (destes nossos tempos)? nestes tempos em que profundas mudanças sociais possibilitaram mudanças dos papéis sexuais? o querem as mulheres para suas vidas, para a vida de suas filhas? com o que sonham, afinal, as mulheres? muitos trabalhos querem investigar esta pergunta nos textos "amor, curiosidad, prozac y dudas da espanhola lucía etxebarría e a noiva ladra da canadense margaret atwood", através de suas inúmeras personagens femininas que atravessam as três décadas finais do século vinte dizendo a que vieram. estas personagens femininas vivem suas trajetórias questionando a velha etiqueta da educação feminina que rezava que as mulheres, acima de tudo, tinham casar, ser boas donas-de-casa, mães perfeitas e incansáveis, bondosas, submissas e cordatas. talvez estas protagonistas, a das autoras em questão, soberanas no imaginário da literatura de autoria feminina, possam começar a responder a incansável pergunta sobre o que querem as mulheres ou, por outra, a formular, talvez, a pergunta de outra maneira, ou ainda, talvez possam nos ensinar que há outras perguntas, muitas outras perguntas a serem feitas sobre as mulheres. nada como a vida e a literatura. - PAULO PINTOR

 

 essa mensagem toca meu coração sempre que a leio. hoje resolvi ler os comentários e depois disso percebi que devo deixar o meu. sabe! não sou a princesa linda de cabelos loiros e alhos azuis da mensagem. embora, toda a história, contos e novelas só existem loiras, de olhos azuis, isso faz parte do ego idealizado. eu sou a princesa de mim mesma, negra, cabelos enrolados, e sem rugas ao 45anos, pele jovial como é a característica negra. sou a princesa que escolhi, decido minha vida, tenho as rédeas na mão de minha própria vida. por que deveria eu depender do desejo de um homem para ser princesa, ou bruxa? esse poder masculino não tem jeito mesmo!sempre achando uma maneira de dizer a mulher que ela será alguém através de um homem. mas demorei a aprender isso. - ELIZABETE DIAS CHAVES

 

 esse texto é uma versão corrompida de um dos contos anglo-saxões (que misturam paganismo e cristianismo) mais famosos da literatura medieval inglesa: "the wife of bath´s tale" (a história da esposa de bath) do livro the cantebury tales (histórias da cantuária) de geoffrey chaucer (1340-1400). após sua leitura, creio que poder-se-á perceber que a conclusão no final da mensagem "a opção ideal" perde o seu sentido, pois o tema a ser trabalhado a partir dessa história é outro: "o ser humano tem o direito de ter opções, já que todos temos o livre arbítrio dado por deus, que deve ser respeitado por todos!" no caso específico da história, o cavaleiro (que não é nada cavalheiro) engana as mulheres e tira sempre proveito de sua beleza física, atitude esta que permanece até o final, quando usa sua inteligência para, mais uma vez, obter o que queria: servilismo e prazer(visão da época). a soberania sobre suas vidas e decisões que as mulheres sempre quiseram é um direito que lhes foi negado ao longo da história. nenhuma mulher pode mostrar toda sua beleza ou desenvolver suas potencialidades vivendo sob o jugo de tiranos que somente as julgam e valorizam por suas aparências exteriores, como até hoje acontece (vide propagandas de cerveja e os estereótipos de beleza feminina presentes na mídia). - ALCINA BRASILEIRO HALL

 

 pessoal, esse texto deve ter sido baseado em um dos contos do livro "the canterbury tales" de geoffrey chaucer. - CAROLINE